
"Se for eleito, no dia 19 de abril, é prioridade do Presidente trabalhar com o Governo para a aprovação de um decreto-lei que crie esse subsídio, anual, para todas as famílias", disse à Lusa José Manuel Fernandes, porta-voz da candidatura de Lú-Olo.
"Se o 13.º mês é anualmente pago a todos os funcionários públicos, consideramos que o resto da população merece o mesmo e, por isso, criaremos esse subsídio anual, em dezembro, de forma permanente", vincou.
A promessa foi um de vários compromissos assumidos desde o início da campanha da segunda volta das presidenciais quer por Francisco Guterres Lú-Olo, quer pelo primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, que tirou férias para apoiar a candidatura do atual Presidente.
Entre outras promessas, estão ainda subsídios de 50 dólares (cerca de 45 euros) para os idosos, aumentos nos salários dos chefes de aldeia para 150 dólares (137 euros) e de 250 dólares (228 euros) para os chefes de suco (divisão administrativa).
A campanha anunciou igualmente um investimento de mil milhões de dólares (912 milhões de euros) para os veteranos, a ampliação do programa de construção de habitação social e a continuação do programa da cesta básica.
Compromissos, insiste a campanha, que estão em risco se Lú-Olo perder as eleições para José Ramos-Horta, especialmente porque este anunciou já intenções de dissolver o parlamento.
A atribuição do '13.º mês' às famílias seria feito, a avançar, com base no "Livro de Registo de Uma-Kain", o registo dos agregados familiares que já foi usado no passado para atribuir subsídios, por exemplo durante a pandemia da covid-19.
Os dados mais recentes do Ministério da Administração Estatal referem que estão registadas mais de 321 mil 'uma kain', o que implica que a medida custaria este ano mais de 64 milhões de dólares (58,3 milhões de euros), sem contabilizar os custos de implementação.
José Manuel Fernandes explicou que a decisão sobre o financiamento da medida, que não está prevista no Orçamento Geral do Estado (OGE), poderia ser feita através dos fundos de contingência.
Fontes do Governo admitem, porém, que, a avançar, poderá ser necessário um orçamento retificativo.
As promessas eleitorais, que não estiveram tão presentes na primeira volta das presidenciais, intensificaram-se com a entrada na campanha do chefe do Governo, num esforço que pretende ainda cimentar a atual aliança do executivo, formado por elementos da Frente Revolucionário do Timor-Leste Independente (Fretilin, partido do chefe de Estado), do Partido Libertação Popular (PLP, do primeiro-ministro) e do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor (KHUNTO).
Manuel Fernandes explica que as três forças políticas estão "totalmente empenhadas" na vitória em 19 de abril, multiplicando-se em ações de "maior proximidade" com os eleitores, numa alteração significativa ao formato da campanha.
"Mudámos a nossa forma de atuar, e agora o formato é ter menos comícios de grande dimensão e apostar mais no trabalho de base, procurando assim que o trabalho de campanha seja mais eficaz. E estão a trabalhar a todos os níveis, desde aldeias aos postos administrativos", frisou.
"Da nossa parte, queremos fazer esta campanha para educar a nossa população para saber exercer melhor o seu direito de voto, definido na Constituição", afirmou.
Um dos aspetos da campanha está a ser o reforço em zonas onde a Fretilin tinha no passado mais apoio e registou na primeira volta uma votação aquém do objetivo.
"A primeira volta foi uma referência para nós. Vamos por isso atuar mais porque temos de ganhar em Díli, e noutros distritos, como Baucau, Viqueque e Lospalos", disse.
A campanha de Lú-Olo está na quarta-feira em Bobonaro, a sudoeste de Díli, antes de iniciar viagem para o leste do país, com vários diálogos em vários locais e um comício marcado para Lospalos, na ponta leste.
A campanha termina oficialmente em 16 de abril, ainda que devido à Páscoa os candidatos terminem as ações públicas em 13 de abril, com a votação marcada para 19 de abril.
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