
O Comício Democrático do Povo dos Camarões (CPDM, na sigla francesa), do Presidente Paul Biya, e que nas eleições legislativas de 2013 conquistou 148 lugares, parte como o favorito para a conquista de mais uma maioria parlamentar.
O Movimento para o Renascimento dos Camarões (MRC), do opositor Maurice Kamto, que ficou em segundo lugar nas presidenciais de 2018, não vai participar nas eleições, depois de o líder ter rejeitado a entrada do partido devido à violência no país.
Mais de 40 partidos estão na corrida por lugares num parlamento que, na anterior legislatura, contou com sete partidos da oposição, cujo maior grupo parlamentar pertencia à Frente Social Democrática (SDF, na sigla inglesa), que historicamente representa as regiões anglófonas.
A participação da SDF, que ameaçou um boicote, surge num momento em que os esforços para a resolução do conflito anglófono no país começa a apresentar melhorias, com a concretização de um diálogo nacional, em outubro.
O Partido dos Camarões para a Reconciliação Nacional (PCRN, na sigla francesa), do jornalista Cabral Libii, é apontado como um dos favoritos à conquista de lugares na Assembleia Nacional e espera ultrapassar o SDF e tornar-se o principal partido da oposição camaronesa.
Os Camarões têm sido palco de vários conflitos nos últimos meses. Enquanto o norte do país é alvo de ataques de grupos 'jihadistas', como o Boko Haram, as regiões anglófonas de Noroeste e Sudoeste são palco de uma revolução separatista que tem perturbado a imagem do país como uma zona estável na África Central.
De acordo com o International Crisis Group (ICG), estima-se que 3.000 pessoas tenham morrido na parte ocidental do país e que centenas de milhares abandonaram as suas casas.
A participação destas duas regiões nas eleições presidenciais de 2018 ficou-se pelos 10%.
Uma das decisões resultantes do encontro passa pelo aumento da autonomia das regiões.
A escolha dos deputados para a Assembleia Nacional, situada na capital, Yaoundé, realiza-se hoje e depois de ter sido adiada duas vezes, por questões "logísticas e financeiras".
Maurice Kamto, que esteve preso entre janeiro e outubro de 2019, após ter sido detido num protesto em que contestava os resultados presidenciais, considera que é impossível haver uma eleição justa.
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