
"A Comissão Europeia está a trabalhar na criação de um mecanismo Europeu para facilitar a revenda ou doação a países terceiros, nomeadamente Cabo Verde, de vacinas já adquiridas pelos Estados-membros. Desta forma queremos atingir o nível mais amplo possível de imunização de toda a população", anunciou a embaixadora da União Europeia em Cabo Verde.
Sofia Moreira de Sousa falava, na cidade da Praia, no final de um encontro dos embaixadores da União Europeia (UE) e dos Estados-membros presentes em Cabo Verde como o ministro da Saúde e Segurança Social cabo-verdiano, Arlindo do Rosário, para discutir os desafios no setor da saúde no geral e os causados pela pandemia em particular.
A embaixadora afirmou que o UE está a adquirir vacinas para os seus cidadãos residentes, mas também estende-se a países da vizinhança e do continente africano, mas que ainda não é possível avançar com números concretos sobre as quantidades.
"Cabo Verde será seguramente abrangido por este pacote", garantiu Sofia Moreira de Sousa, salientando também a vantagem de Cabo Verde no âmbito da Parceria Especial com a União Europeia.
"Há um esforço muito grande da União Europeia em trabalhar nos mecanismos internacionais e globais, continuaremos com este esforço e a nível bilateral temos um programa forte de apoio orçamental e iremos continuar com este apoio e compete depois a Cabo Verde depois decidir nas prioridades", explicou.
Cabo Verde está entre o primeiro lote de países a receber vacinas contra a covid-19 através da plataforma Covax, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Aliança Global para as Vacinas, que conta com financiamento de 870 milhões de euros da União Europeia para aquisição de 1,3 mil milhões de doses para 92 países de baixo e médio rendimento.
"Assim, fazemos das vacinas um bem público global, permitindo vacinar ainda este ano pelo menos 20% da população nesses países, a começar pelas categorias mais vulneráveis", sublinhou a embaixadora, felicitando o arquipélago por ser dos primeiros a vir a receber as vacinas.
O ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, reafirmou o objetivo de até março o país vir a receber a primeira parte das vacinas no âmbito da Covax, em cerca de 110 mil doses.
O ministro voltou a indicar que as primeiras vacinas serão administradas aos profissionais de saúde que estão na linha da frente do combate à pandemia do novo coronavírus.
"Mas temos a possibilidade de avançar logo de seguida com outras vacinas", perspetivou o titular da pasta da Saúde, garantindo que Cabo Verde já criou "todas as condições" logísticas para a conservação e distribuição das vacinas.
"E esse foi um fator importante para que Cabo Verde tivesse entrado dentro desse primeiro grupo de países onde a vacina irá chegar", salientou o governante, dizendo que além da Covax e da UE, Cabo Verde está à fazer "todos os esforços" para ter mais vacinas com outros países.
"Com a Rússia, com a China, lá onde há essa possibilidade esse contacto tem sido feito", garantiu Arlindo do Rosário após o encontro com representantes da União Europeia na Praia (Espanha, França, Luxemburgo e Portugal).
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.325.744 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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