
A previsão foi avançada, na cidade da Praia, pelo diretor do Serviço de Prevenção e Controlo de Doenças, Jorge Noel Barreto, em conferência de imprensa para fazer o ponto de situação da doença no país.
Além dos dois equipamentos de testes, chegou ainda ao país na quinta-feira uma grande quantidade de reagentes, de um carregamento de 40 toneladas de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adquirido pelo Governo cabo-verdiano à China por 2,8 milhões de euros e financiado pelo Banco Mundial.
"Vai permitir melhorar a resposta que o laboratório tem dado até agora e, se tudo correr bem, se não houver avarias, a capacidade de resposta a nível de diagnóstico poderá melhorar a partir de hoje", sustentou Jorge Barreto, após quatro dias em que não foram feitos testes pelas autoridades sanitárias, devido a um problema com reagentes no Laboratório de Virologia do país.
Com os novos aparelhos, o país vai poder passar a realizar exames de PCR em São Vicente, e Jorge Barreto disse que o tempo de disponibilização dos resultados também vai diminuir e não haverá interferência nas questões de investigação epidemiológica.
Com os novos equipamentos adquiridos, a presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), Maria da Luz Lima, disse na quinta-feira que o país vai triplicar a capacidade de resposta dos laboratórios de virologia, para perto de 600 exames por dia.
"Chegaram dois aparelhos para PCR-RT para reforçar a capacidade do laboratório de virologia e também reagentes e equipamentos de proteção individual. A chegada dos reagentes vai nos permitir a retomada da atividade do laboratório e aumentar muito mais a capacidade diagnóstica no País", disse a líder institucional.
Depois da paragem de quatro dias, Cabo Verde registou hoje mais 16 casos de infeção pelo novo coronavírus, todos na cidade da Praia, elevando o total para 406 casos da doença, distribuídos pelas ilhas de Santiago (347), Boa Vista (56) e São Vicente (03).
Do total, registaram-se quatro óbitos, dois doentes transferidos para os seus países e 155 doentes recuperados, fazendo com que o país tenha neste momento 245 casos ativos.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 360 mil mortos e infetou mais de 5,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,3 milhões de doentes foram considerados curados.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné Equatorial lidera em número de infeções (1.306 casos e 12 mortos), seguida da Guiné-Bissau (1.256 casos e oito mortos), Cabo Verde (406 casos e quatro mortes), São Tomé e Príncipe (458 casos e 12 mortos), Moçambique (234 casos e dois mortos) e Angola (77 infetados e quatro mortos).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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