A previsão sazonal das chuvas para Cabo Verde este ano foi apresentada, na ilha do Sal, pela administradora do INMG, Ester Brito, que concluiu que o arquipélago terá uma "boa estação de chuvas" entre julho e setembro.

O país está a enfrentar mais um ano de produção agropecuária deficitária, o quarto ano consecutivo, na sequência de chuvas deficitárias e de distribuição bastante irregular.

Mas ao contrário do que acontecia em anos anteriores, desde os últimos dias que caiu uma chuva mansa em alguns pontos do país, renovando as esperanças dos agricultores e criadores.

As previsões oficiais são para o início das épocas das chuvas bem mais cedo do que o habitual nos últimos anos, e com "grande probabilidade" de serem equivalentes ou superiores à média na maior parte da faixa saheliana.

Também se espera o fim da época das chuvas mais tarde do que o habitual, em outubro, e com secas curtas, conforme as previsões dos Centros Globais Especializados da Organização Mundial da Meteorologia (OMM).

A administradora do INMG considerou que as previsões para Cabo Verde são "animadoras", prevendo chuvas normais, com tendência a excedentárias, entre junho e agosto, e normais entre julho e setembro.

"É importante realçar que esta previsão não descarta a probabilidade de ocorrência de eventos extremos, chuva intensa, depressões tropicais, ventos fortes, e agitação marítima, que podem atingir todo o arquipélago, com intensidades variadas", alertou a responsável.

Cabo Verde está a viver uma crise profunda, motivada ainda pela covid-19 e pela guerra na Ucrânia, e já tomou várias medidas para mitigar os efeitos e socorrer as famílias mais vulneráveis e mais afetadas pelo aumento de preços de produtos essenciais.

Em fevereiro, o Governo cabo-verdiano declarou situação de calamidade em todo o país, devido aos maus resultados do ano agrícola, e anunciou medidas preventivas e especiais no valor de 1,3 milhões de euros.

A situação de calamidade é válida até 31 de outubro deste ano.

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