Segundo uma resolução do Conselho de Ministros que aprovou o avanço da empreitada, de 26 de abril e consultada hoje pela Lusa, a ilha do Sal, a mais turística do país, "regista uma enorme pressão e explosão demográfica", com "reflexos igualmente enormes na procura dos serviços educativos em todos os níveis de ensino".

Na mesma resolução, que autoriza a despesa de mais de 115,3 milhões de escudos (quase 1,1 milhão de euros) para esta empreitada, a cargo do Ministério da Educação, é referida a previsão de construção de 16 salas de aula, cantina, cozinha, biblioteca e laboratórios, entre outras valências.

Acrescenta que no ano letivo em curso registou-se no Sal um rácio médio de 32 alunos por sala, do primeiro a 12.º ano de escolaridade, "muito acima da média nacional", sendo necessário construir "em regime de urgência" pelo menos 16 salas de aula para reduzir esse rácio para 30 a partir de setembro.

"Simultaneamente devem ser construídas mais salas de aulas para acomodar os efeitos da pressão demográfica crescente, impulsionada pela retoma das atividades económicas, pós-pandemia", lê-se ainda na mesma resolução.

O atual ano letivo em Cabo Verde arrancou em 13 de setembro de 2021 com cerca de 130 mil crianças, adolescentes e jovens. Destes, cerca de 16.500 em jardins de infância, 83.500 no ensino básico obrigatório (do 1.º ao 8.º ano) e cerca de 30.000 no ensino secundário (do 9.º ao 12.º ano de escolaridade). No total, cerca de 6.000 professores foram colocados nas escolas e foram recrutados mais de 200 novos docentes, segundo o Governo.

O ministro da Educação, Amadeu Cruz, admitiu anteriormente que o funcionamento deste ano letivo está ainda condicionado pelos impactos da covid-19, embora num processo de regresso à normalidade em curso.

Devido à pandemia de covid-19, as aulas presenciais em Cabo Verde foram suspensas em março de 2020, no final do segundo período desse ano letivo (2019/2020). Foram retomadas em 01 de outubro de 2020 em todo o país, e um mês depois na cidade da Praia -- que na altura registava um pico de contágios por covid-19 -, mas por três dias por semana e com horários reduzidos.

Após dois anos letivos de condicionalismos devido à covid-19, iniciou-se neste ano letivo o "plano de recuperação das aprendizagens", que consistiu na antecipação do início das aulas, prolongamento do final do ano letivo, e redução das interrupções letivas nas férias do Natal, Carnaval e da Páscoa.

PVJ // PJA

Lusa/Fim