
O défice nominal inclui receitas, despesas, gastos com os juros da dívida e as suas eventuais correções.
O défice nominal registado no país no ano passado foi causado pela pandemia de covid-19, que provocou um aumento dos gastos públicos e perda de arrecadação tributária devido à queda da atividade económica.
O Governo brasileiro desembolsou cerca de 620,5 biliões de reais (cerca de 93,5 mil milhões de euros) para ajudar a população a enfrentar a pandemia de covid-19, segundo dados do Ministério da Economia.
Os maiores gastos foram provocados pelo subsídio emergencial concedido para mais de 66 milhões de trabalhadores informais e pessoas com recursos limitados, medida que gerou gastos de 321,8 mil milhões de reais (cerca de 48,5 mil milhões de euros).
Segundo o Banco Central, o crescimento do défice nominal das contas públicas do Brasil deveu-se "exclusivamente ao aumento do défice primário", uma vez que os juros nominais seguiram a trajetória de queda iniciada em 2016.
O Governo brasileiro registou défice primário, que não inclui pagamento de juros da dívida, nas contas públicas de 745,2 milhões de reais (112,3 mil milhões de euros), enquanto os estados e municípios registaram um excedente de 38,7 mil milhões de reais (5,8 mil milhões de euros).
O aumento dos gastos públicos para fazer frente aos efeitos da pandemia elevou a dívida pública bruta do Brasil, que encerrou 2020 com a cifra recorde de 6,615 biliões de reais (cerca de um bilião de euros), equivalente a 89,3% do PIB brasileiro e o maior nível da série histórica iniciada em dezembro de 2006.
Em janeiro do ano passado, a relação dívida com o PIB do Brasil era de 74,6%, atingiu 80,5% em maio e 89,1% em outubro. No total, o aumento foi de cerca de 15 pontos percentuais.
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