O barco de madeira com motor avariado e sem sistema de comunicações foi levado ao princípio da noite de quinta-feira para o porto da Beira, onde se encontra, com os tripulantes retidos no interior.

"As informações são escassas, porque [os tripulantes] não falam coisas concretas", disse hoje o administrador marítimo na província central de Sofala, António Vilanculos, em conferência de imprensa.

"O capitão diz que estão à procura de um barco da mesma companhia, perdido no alto mar, há dois meses. Outros dizem que estão com o motor avariado há 15 dias. Por isso, estamos a investigar", acrescentou.

Muhamed Anif, capitão da embarcação, disse aos jornalistas, por intermédio de tradutores, que se trata de um barco de pesca que procurava outro da mesma companhia, que se encontra em alto mar, avariado, perto da costa moçambicana.

"Nós saímos do nosso país, Paquistão, à procura do outro barco, com colegas, e pelo mar avariou-se o nosso motor. Por isso, pedimos que nos rebocassem até aqui. Somos pescadores", concluiu.

O barco em que seguiam tem cerca de 19 metros de comprimentos por quatro de largura.

Uma equipa que inclui membros de diferentes autoridades -- Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic), Polícia Marítima e Serviço de Migração (Senami) -- está a averiguar o caso.

À chegada ao porto da Beira, as autoridades mediram a temperatura dos tripulantes da embarcação, bem como do barco que os auxiliou, além de procurarem outros eventuais sinais de doença, no âmbito da prevenção da pandemia de covid-19.

Segundo António Vilanculos, não foram detetados sinais de doenças.

As autoridades preveem ter conclusões sobre as averiguações ao caso no início da próxima semana.

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