Os incidentes ocorreram no sábado à noite, quando milhares de adeptos do clube Arema invadiram o campo após uma derrota por 3-2 frente aos rivais do Persebaya Surabaya no Estádio Kanjuruhan de Malang, província de Java Oriental, e entraram em confronto com as forças de segurança.

As autoridades relataram hoje de manhã que 174 pessoas tinham morrido na tragédia, mas ao fim do dia (hora local) baixaram o número para 125 devido a "um erro no registo" nos hospitais que tratavam as vítimas, disse a Polícia Nacional.

O número de pessoas feridas aumentou de 180 para 323 pessoas, de acordo com o balanço atualizado, citado pela agência espanhola EFE.

Apesar da redução de vítimas mortais, trata-se de uma das piores tragédias de sempre num estádio de futebol, depois dos 318 mortos em confrontos entre adeptos do Peru e da Argentina no Estádio Nacional de Lima, em 1964.

A multidão enfurecida no Estádio Kanjuruhan enfrentou os polícias e vandalizou várias infraestruturas do estádio, bem como cerca de 15 veículos, num surto de violência que foi descrito como "sem lei" pelo chefe da Polícia de Java Oriental, Nico Afinta.

Os agentes de segurança responderam com gás lacrimogéneo numa tentativa de impedir os ataques, causando pânico entre os adeptos e uma debandada.

"Era um espaço apinhado, o que causava dificuldade em respirar, falta de oxigénio", disse Afinta numa conferência de imprensa.

A maioria das vítimas sucumbiu a asfixia, traumatismo ou atropelamento, de acordo com fontes hospitalares.

Os mais de 300 feridos foram admitidos em diferentes hospitais da região com diferentes graus de gravidade, pelo que as autoridades não excluem que o número de mortos possa aumentar nas próximas horas.

Vários sobreviventes e testemunhas da violência denunciaram a brutalidade da polícia, que além de disparar granadas de gás lacrimogéneo também utilizou bastões para enfrentar os adeptos, de acordo com relatos compilados pelos meios de comunicação locais.

O Governo indonésio ordenou uma investigação às condições de segurança nos jogos de futebol.

O campeonato indonésio foi suspenso durante uma semana.

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, lamentou "a tragédia incompreensível" ocorrida no Estádio Kanjuruhan, e endereçou "sentidas condolências" aos familiares e amigos das vítimas num "dia negro" para o futebol.

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