
"Com certeza que há reforço, as Forças de Defesa e Segurança reforçaram as medidas em todos os aeroportos, isso existe", disse o presidente do IACM, João de Abreu, em resposta a uma pergunta concreta sobre a influência que a insurgência no norte tem sobre o resto do país.
Abreu garantiu que os aeroportos moçambicanos estão seguros face a qualquer ameaça de ataque e operam dentro de padrões de segurança certificados por entidades internacionais competentes.
"Todos os aeroportos do país cumprem. As Forças de Defesa e Segurança estão de prontidão", declarou.
Em matéria de segurança aeroportuária, prosseguiu, "não se negoceia" e as autoridades não podem ser "permissíveis".
O presidente do IACM avançou que além do que implica a ação de insurgentes em Cabo Delgado, todos os aeroportos são obrigados a seguir recomendações de segurança emitidas pelas autoridades internacionais de aviação.
"Voltamos a chamar à responsabilidade os aeroportos para o cumprimento das normas, não é um caso específico do país, são medidas aplicadas em todos os países do mundo", enfatizou.
Sobre o facto de o Aeroporto Internacional da Beira, província de Sofala, centro do país, ter anunciado na segunda-feira o reforço das medidas de segurança, João de Abreu disse que a informação prende-se com o processo de renovação do certificado internacional que aquela infraestrutura desencadeou.
"O Aeroporto Internacional da Beira está num processo de renovação da certificação e um dos requisitos é o cumprimento das medidas de segurança. Não se certifica ninguém sem a observância das medidas de segurança", frisou.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.
PMA // VM
Lusa/Fim