O ataque foi cometido na prisão de Kakwangura, na cidade de Butembo (província do Kivu Norte), por um grupo Mai-Mai, um nome que abrange dezenas de milícias armadas que operam na área há décadas, formadas por camponeses e outros civis armados para se defenderem de outros rebeldes e até do próprio exército congolês.

"Eram 02:00 quando os atacantes (...) conseguiram entrar na cidade de Butembo e, precisamente, na prisão de Kakwanga. Fizeram 774 prisioneiros", disse por telefone à agência Efe o presidente da coordenação urbana da sociedade civil em Butembo, Pasteur Saanane Mathe.

"Destruíram e queimaram a área reservada aos prisioneiros e escoltaram todos os prisioneiros até Isale, perto do parque Virunga", disse Mathe, salientando que o ataque causou pânico na cidade.

"As pessoas têm medo, mas o exército já está informado e isso é reconfortante. Só lamentamos que estes assaltantes que vieram libertar os seus próprios agentes tenham matado os nossos dois polícias que estavam de guarda. Houve uma morte entre os milicianos durante a troca de tiros entre as nossas forças e os rebeldes", acrescentou.

O porta-voz do exército, capitão Antony Mwalushai, confirmou o incidente à Efe por telefone, mas recusou-se a dar pormenores. "Sim, a prisão foi atacada (...), mas ainda não é tempo de falar com os jornalistas", disse.

Desde 1998, o leste da RDCongo tem sido palco de um conflito alimentado por milícias rebeldes e ataques de soldados do exército, apesar da presença da missão da ONU (Monusco), com mais de 14.000 soldados destacados.

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