
Guevara-Rosas comentou na rede social Twitter que ambos os "opositores conscientes" podem enfrentar penas de sete (Alcântara) a dez anos ('Osorbo') de prisão "por protestar, fazer arte anti-regime, denunciar a repressão e o autoritarismo de um governo que despreza o próprio povo"
A ativista dos direitos humanos também partilhou o documento com o pedido do Ministério Público cubano, que acusa o líder do Movimento San Isidro (MSI), Otero Alcántara, dos supostos crimes de desrespeito dos símbolos do país, desacato e desordem pública.
Por seu lado, 'Osorbo' é responsável, segundo o Ministério Público, pelos alegados crimes de desacato, "difamação de instituições e organizações e de heróis e mártires", atentado e desordem pública.
O Ministério Público também inclui no sumário outros factos anteriores que considera constituírem crime por ambos os artistas críticos do Governo, como "escritos ofensivos contra a bandeira" nas redes sociais, fotografando-se com a bandeira "enquanto realizam necessidades fisiológicas" e publicando 'memes' no Facebook para "ridicularizar e desacreditar" o presidente, o primeiro-ministro e o Parlamento.
Os artistas também são acusados de insultar o Presidente do país, de acusar o Governo numa transmissão ao vivo nas redes sociais de "falta de recursos médicos" durante a pandemia e de insultar o Ministério do Interior e as forças de segurança, entre outros.
O Ministério Público considera, no relatório, que a investigação foi concluída e solicita à Seção Criminal Ordinária do Tribunal Popular Municipal de Havana Central para que abra o julgamento oral contra esses acusados.
O julgamento foi aberto hoje, segundo o documento correspondente do Tribunal Municipal Popular de Havana Central.
A União Europeia (UE) pediu recentemente a Cuba que liberte "todos os presos políticos" e disse que "segue com profunda preocupação" as pesadas sentenças impostas a centenas de manifestantes dos protestos de 11 e 12 julho de 2021.
Mais de 1.400 pessoas foram detidas e 790 acusadas, tendo sido aplicadas penas de até 30 anos de prisão.
Cuba deteve nos últimos 12 meses 1.054 "prisioneiros políticos verificados", dos quais 932 continuam atualmente na prisão, denunciou hoje a organização não-governamental Prisoners Defenders.
BM (JML/ANC) // MLS
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