A ministra do Interior, Nancy Faeser, anunciou que quer discutir o assunto com os seus homólogos europeus, e também um reforço da agência Frontex que permita aos países europeus ou membros do espaço Schengen de livre circulação assegurarem as suas fronteiras externas.

As declarações surgem quando está marcada para sexta-feira uma reunião dos ministros do Interior da União Europeia.

"A par dos grandes movimentos migratórios da Ucrânia, vemos cada vez mais pessoas a virem para a Europa através do Mar Mediterrâneo e da rota dos Balcãs, e isso preocupa-me", disse Faeser numa conferência de imprensa em Berlim.

"É evidente que as práticas de vistos da Sérvia são inaceitáveis e contribuem para estes movimentos na rota dos Balcãs", acusou.

A Sérvia, candidata à União Europeia desde 2012 mas também próxima da Rússia, está nesta rota balcânica que vai da Grécia à Hungria ou à Croácia através da Macedónia do Norte ou da Albânia.

Desde 2016 e com o encerramento das fronteiras, o número de travessias diminuiu consideravelmente, mas este ano voltou a aumentar acentuadamente, em parte devido a um "regime de isenção de vistos" praticado pela Sérvia, refere a UE no seu relatório sobre migração de 2022.

A Sérvia "deve adaptar as suas regras às da União Europeia", insistiu Faeser.

Antes do conselho de sexta-feira, decorre no Luxemburgo uma reunião sobre a situação na rota dos Balcãs, sob a égide da Comissária dos Assuntos Internos da UE, Ylva Johansson, com representantes da Áustria, República Checa, Alemanha, Bélgica, Bulgária, Grécia e Eslováquia.

De acordo com Viena, Berlim já decidiu prorrogar os seus controlos fronteiriços com a Áustria por seis meses, a fim de combater a migração ilegal.

A Alemanha acolheu quase um milhão de sírios que fugiram da guerra, bem como afegãos e iraquianos, na sequência da crise migratória de 2015.

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, o país registou mais de um milhão de refugiados, esmagadoramente de nacionalidade ucraniana, procurando proteção "contra os tanques e mísseis de Putin", disse Faeser.

ANP // PDF

Lusa/Fim