
Cada área residencial da cidade receberá água apenas um dia em cada dois e durante nove horas em vez de 13 horas por dia, anunciou Inácio Nhazombe, diretor da área operacional do Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG), na terça-feira, citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).
As restrições devem-se ao baixo nível de água na barragem local, no rio Monapo.
O FIPAG classifica como zonas críticas os bairros de Mutahuanha, onde já ocorreram surtos de cólera, Marrere e Muhaivire-Expansão.
Hospitais, quartéis, prisões e escolas secundárias também serão considerados estabelecimentos prioritários para o abastecimento de água.
O abastecimento máximo diário deve cair de 40.000 metros cúbicos "para cerca da metade", disse Nhazombe.
Está ainda prevista a utilização de camiões-cisterna e reforço de capacidade de alguns poços.
O reforço do abastecimento de água à capital provincial de Nampula é apontado há vários anos como uma necessidade, decorrendo negociações com parceiros de cooperação para tentar realizar obras de reforço da rede.
Uma albufeira prevista para o rio Mecubúri teria capacidade de armazenar mais de sete mil milhões de metros cúbicos de água, o dobro da dimensão máxima atual.
O abastecimento a partir de Monapo foi criado há cerca de 60 anos e consegue reter cerca de 3,4 mil milhões de metros cúbicos de água.
A administração do serviço de águas aponta para uma explosão demográfica da cidade da Nampula para justificar o empreendimento, que poderia terminar com as restrições no abastecimento - que atualmente se impõem devido às limitações da albufeira de Monapo.
A província de Nampula é a mais populosa de Moçambique, com 5,7 milhões dos 28 milhões de habitantes do país, segundo o censo populacional de 2017.
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