Há poucos álbuns portugueses das últimas décadas tão marcantes como “Viagens” (1994), o disco de estreia de Pedro Abrunhosa e Bandemónio.
Revolução na música popular que se faz por cá, o híbrido de pop, funk e jazz trouxe uma abordagem tão personalizada como ousada ao ritmo, à escrita ou à forma de trabalhar a imagem – dos obrigatórios óculos escuros ao chapéu. O álbum deixou hinos como “Socorro”, “É Preciso ter Calma” ou “Tudo o que Eu te Dou” e, além do fenómeno de vendas (tripla platina) e de crítica na altura, foi eleito em 2024 como o Melhor Disco da Música Portuguesa dos últimos 40 anos por um júri de mais de 150 personalidades da revista “Blitz”.
Outro clássico, "Se Eu Fosse Um Dia O Teu Olhar”, que fez parte da banda sonora do filme “Adão e Eva”, de Joaquim Leitão, ajudou a afirmar o nome de Abrunhosa, artista portuense que também foi ator em “A Carta”, de Manoel de Oliveira, e que mantém um percurso musical até hoje, atuando agora ao lado do Comité Caviar.
