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Quando a verdade precisa de ajuda: filantropia e desinformação

As fundações em Portugal contribuem, discretamente, mas com impacto, para uma sociedade mais conhecedora e menos vulnerável à manipulação.
Quando a verdade precisa de ajuda: filantropia e desinformação
DALL-E

Num tempo em que a desinformação se propaga mais depressa do que a verdade, a defesa dos factos tornou-se uma prioridade para sociedades democráticas e resilientes. Foi essa a mensagem que ficou clara no encontro promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, onde especialistas europeus discutiram o papel da tecnologia, do debunking e prebunking, da literacia mediática e da sociedade civil no reforço da integridade da informação.

O EMIF Annual Progress Report demonstrou o impacto de dezenas de projetos europeus que, com apoio filantrópico, atuam na área do fact-checking, na promoção da literacia mediática e na investigação sobre a desinformação. A pré-visualização do documentário The Truth Effect torna evidente que a desinformação tem consequências reais, erodindo a confiança social e ameaçando os processos democráticos.

Como não, foi ainda destacado o papel ambivalente da inteligência artificial, como amplificador da desinformação, mas também como como possível ferramenta no seu combate, tendo sido realçado o acesso a dados fiáveis como essencial para capacitar jornalistas, investigadores e plataformas de comunicação para além de

Neste combate, a filantropia pode desempenhar um papel decisivo: apoiar o conhecimento, fomentar a literacia e sustentar o trabalho e base de conhecimento de quem defende os factos. Em Portugal, a Fundação Francisco Manuel dos Santos tem realizado um significativo investimento em estudos, dados e publicações acessíveis a todos, reforçando a capacidade de os cidadãos questionarem, compararem e formarem opinião de forma informada e contribuindo ainda para o planeamento e definição de políticas públicas assentes no conhecimento. A Fundação Calouste Gulbenkian tem como um dos seus eixos reforçar a sociedade civil e a cidadania ativa e proteger a democracia e tem liderado e apoiado diferentes iniciativas de literacia mediática, cidadania ativa e investigação e ainda promovendo o desenvolvimento de um ecossistema de fact checking.

Também diferentes fundações promovem estudos e investigação aplicada em áreas como a demografia, a saúde e a educação, disponibilizando dados essenciais para o debate público e para decisões informadas.

Estes são apenas alguns exemplos de como as fundações em Portugal contribuem, discretamente, mas com impacto, para uma sociedade mais conhecedora e menos vulnerável à manipulação.

Apesar de que seria reconfortante acreditar que bastaria apresentar factos para restabelecer a verdade… os factos, por si sós, não bastam quando falamos de ideologias, medos e comunidades que reforçam narrativas falsas. O combate à desinformação exige factos, sim, mas também empatia, escuta e espaços comuns e seguros de diálogo.

Aqui, a filantropia tem um papel único: apoiar não apenas a literacia mediática, mas também a construção de pontes entre pessoas e comunidades, fomentando confiança, pensamento crítico e abertura ao outro. Combater a desinformação é, no fundo, reconstruir o tecido social que nos permite não só ouvir a verdade, mas também protegê-la.

Centro Português de Fundações

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