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O ranking surpreendente onde quem tem menos dá mais

Em Portugal parece subsistir uma forte expectativa e crença de que o Estado deve constituir o principal garante do bem-estar social.
O ranking surpreendente onde quem tem menos dá mais

Os resultados já saíram e Portugal ficou muito atrás de países como a Indonésia, Quénia e Nigéria… no ranking global de generosidade.

No World Giving Report do ano 2025, estudo global que analisa os níveis de generosidade em mais de 140 países, é possível constatar que Portugal caiu no ranking global de generosidade, face ao ano anterior.

Entre os dados de Portugal, 38% dos inquiridos afirmaram ter ajudado um estranho no último ano, 29% fizeram uma doação monetária e apenas 12% participaram em atividades de voluntariado. Os números são claros: Portugal está abaixo da média europeia e, mais preocupante ainda, abaixo do nosso potencial como sociedade.

Outro recente estudo, Philanthropy in Spain and Portugal: Knowledge, Social Attitudes and Behaviours promovido pela fundação “la caixa”, corrobora os números apresentados e pode ajudar a explicar as razões destes números.

No estudo, os portugueses identificam como áreas prioritárias para a filantropia a Saúde, Educação e Ambiente, tendo sido percecionado um nível moderado de desconfiança nas organizações filantrópicas, fruto de perceções de falta de transparência e suspeitas de má gestão, bem como um grande desconhecimento sobre os benefícios fiscais associados às doações.

Não é apenas um ranking, é sobre o país que queremos ser

Em Portugal parece subsistir uma forte expectativa e crença de que o Estado deve constituir o principal garante do bem-estar social, enquanto noutros países o papel ativo do cidadão, a entreajuda comunitária e o voluntariado são práticas quotidianas que coexistem com o Estado, nomeadamente através da criação de redes de apoio de proximidade.

Mas um dos fatores mais determinantes poderá ser, precisamente, a questão da confiança. Para transformar Portugal num país mais generoso, será essencial reforçar a transparência e a proximidade das organizações com as comunidades, promovendo uma literacia clara sobre o que é a filantropia e os seus benefícios – não apenas fiscais, mas também sociais e pessoais.

A filantropia não é um substituto da cidadania, mas pode ser uma das suas expressões mais nobres.

Centro Português de Fundações

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