Em Portugal existem 159 cidades e 308 municípios ou concelhos. O número de cidades e municípios é diferente, pois nem todos os municípios têm cidades no seu território. Por exemplo, existem concelhos que não possuem nenhuma cidade — caso dos concelhos de Odemira, Alcácer do Sal, Vila Flor, etc.

Por outro lado, alguns  concelhos têm toda a sua população residindo em cidades, como é o caso de Porto, Lisboa, Funchal, Porto Santo e São João da Madeira. Em Gaia, nem toda a população reside na cidade, tem uma população diversificada com áreas rurais.

Nestas eleições é importante, começar a ter um olhar lúcido sobre as nossas cidades, tirar conclusões lógicas e irrefutáveis. A ecologia tem de se tornar uma preocupação capital. As cidades têm de ter um desenvolvimento sustentável. Muitos de nós temos que nos tornar homo politicus e nestas eleições autárquicas envolvermo-nos e interessarmo-nos ativamente pela nossa terra na busca do bem comum. Estas eleições autárquicas devem ser contra a nossa idiota ingenuidade, dos engodos disfarçados de iscos e de máscaras.

Uma cidade  tem de ser  democrática e inteligente, de inovação democrática, e construir um modelo de cidadania. As cidades têm de utilizar smart citizens, cidades concebidas para o cidadão como cliente consumidor.

A democracia não se pode reduzir à sua dimensão representativa. É preciso outros pilares:

  • Deliberação e participação na tomada de decisões. Temos de nos libertar de uma sociedade burocrática. A maior parte das decisões é tomada em petit comité.
  • Propor ativar a imaginação política para uma nova conceção e criação das pessoas: pensar e deliberar sobre o significado que outorgamos aos bens que são de todos.
  • Transparência dos procedimentos assumidos.

Um político tem de ser um funcionário público ao serviço do bem público. O nosso tempo não se compadece com grandes paixões partidárias.

A democracia está transformada num sistema formal e subsidiário gravemente deteriorado pela ação de um poder não eleito (económico e não só), que é o que realmente toma as decisões de fundo. Há uma necessidade de decência pública e cultura dos limites.

Nunca nos devemos contentar com o que nos dizem. Devemos averiguar se é verdade, saber se é a única verdade e compará-la com a verdade dos outros.

Muitos saíram do poder de uma forma menos boa. A uns, o partido não quis, outros por escândalos, outros ainda por perderem eleições, etc. A muitos políticos falta humildade e grandeza; envaidecidos por  protagonismo e deslumbramento, são incapazes de retirar-se com discrição para segundo plano.

A política deve impor galhardamente princípios éticos, ódio ao luxo, a espetáculos desonestos, ao excesso de rigidez, a teimosia e idealismo importuno.

Fundador do Clube dos Pensadores