Num estudo publicado hoje na revista Scientific Reports, paleontólogos, geneticistas e arqueólogos usaram os restos fósseis encontrados na gruta de El Sidrón, nas Astúrias, para estudar 13 indivíduos que viveram há 49.000 anos.

Estes antepassados humanos desapareceram devido a "uma combinação de fatores ecológicos e demográficos, que incluiu a interação com seres humanos modernos", afirmou o diretor da investigação, o paleontólogo Antonio Rosas, do Museu Nacional de Ciências Naturais.

Viviam em grupos pequenos e praticamente isolados uns dos outros, o que levou à endogamia entre estes grupos e, finalmente, a uma grande diminuição da variabilidade biológica.

Nos cerca de 2.500 vestígios fósseis que estudaram, os cientistas concentraram-se em várias partes do corpo e detetaram dezassete anomalias congénitas nos treze indivíduos.

Pelo menos quatro tinham a mesma anomalia nas vértebras cervicais e vários apresentavam anomalias no osso do pulso.

O primeiro autor do artigo, Luis Ríos, afirmou que estes resultados demonstram níveis de endogamia elevados e prolongados no tempo, provavelmente mais intensos nos últimos sobreviventes do grupo.

Esta evolução da endogamia é sistematicamente demonstrada em espécies que se extinguiram ou estão em perigo de extinção e sofreram quebras demográficas de longo prazo.

A partir do estudo dos restos de El Sidrón já se concluiu que esta comunidade pré-histórica distribuía o trabalho por sexos, utilizava plantas com fins medicinais e praticava o canibalismo.

APN // HB

Lusa/fim