
Olhemos de frente as pessoas e os resultados. Ambos nos merecem, da nossa parte, essa frontalidade e esse respeito.
1. Nunca apouquemos resultados. Votaram nestas eleições legislativas quase tantas pessoas como há um ano, quando todos louvaram, e bem, a enorme participação dos portugueses. Ao contrário do que às vezes se diz, as pessoas mobilizam-se quando assim o entendem. Agora que o fizeram, não podemos deixar de refletir sobre o significado da sua vontade. Não há eleitores de primeira e eleitores de segunda. Os eleitores não são melhores quando votam em nós e piores quando votam noutros. Em democracia é sempre um exercício da sua consciência e da sua liberdade.
2. Não apouquemos as derrotas. O Partido Socialista perdeu estrondosamente as eleições. Perdeu, desde a grande maioria absoluta de 2022, uma enorme base de apoio e de confiança. Não o assumir com dignidade democrática em nada ajudará à reflexão profunda que, com humildade, devemos fazer.
3. Não apouquemos crescimentos. O Chega teve um grande resultado. A escolha das pessoas foi clara. Praticamente tantos votos no país como os que teve o Partido Socialista e, com alguma certeza, um maior número de deputados. Confirmando-se, poderá assumir o papel formal de líder, o líder da oposição.
4. Reconheçamos vitórias. A AD teve mais votos e ganhou eleições. Ao contrário de há um ano, mereceu nestas eleições a confiança de mais eleitores. Terá cerca de 30 deputados mais do que o segundo e o terceiro partido mais votados e, também democraticamente, merece condições de governo.
6. Seja grande a vitória ou grande a derrota, o trabalho político, em qualquer circunstância, nunca nos desresponsabiliza. Perdendo, tenhamos dignidade na derrota e trabalhemos de forma séria para esse reencontro com os portugueses.
Bruno Aragão, Presidente da Comissão Política Concelhia do PS
