Na inauguração da nova Unidade de Cuidados Continuados Integrados e da Residência Nossa Senhora da Visitação, em Évora, Luís Montenegro sublinhou a importância do trabalho das Misericórdias e defendeu uma nova abordagem ao financiamento das respostas sociais.

O Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, esteve esta quinta-feira, 10 de abril, em Évora, para presidir à cerimónia de inauguração da nova Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) e da Residência Nossa Senhora da Visitação, inseridas na requalificação do Complexo Ramalho Barahona, promovida pela Santa Casa da Misericórdia de Évora.

Durante a intervenção, Montenegro elogiou o investimento e a qualidade do equipamento, sublinhando que «não vejo muitas unidades de cuidados continuados integrados tão bem apetrechadas como esta». Apontou ainda o papel destas estruturas na construção de comunidades mais coesas: «O que acontece nesta casa é dar a oportunidade a muitas pessoas de poderem ter um acompanhamento para ultrapassar vulnerabilidades que as apoquentam no dia a dia».

O Primeiro-Ministro referiu-se às transformações demográficas e às dificuldades que afetam regiões como o Alentejo, destacando a necessidade de respostas sociais que acompanhem o envelhecimento da população e o isolamento dos mais velhos. «Temos de valorizar os rendimentos dos pensionistas e reformados, mas também garantir que, quando estão mais vulneráveis, encontram respostas, técnicos, alojamento e solidariedade», afirmou.

Montenegro defendeu um novo modelo de financiamento que dê estabilidade às instituições sociais: «Não queremos que, no final do ano, haja um ‘tiroteio’ para arranjar verbas que fechem as contas. Queremos contratos de boa-fé entre o Estado e as instituições, com base no verdadeiro custo das respostas sociais». Nesse sentido, anunciou que o Governo está a preparar uma lei de financiamento que permita previsibilidade: «Vamos deixar isto pronto para o Governo que vier a seguir, seja ele qual for».

O governante valorizou também o papel económico das instituições: «As instituições sociais são muitas vezes motores da economia. Em muitos concelhos, são o maior empregador». E acrescentou: «Dão emprego, compram serviços, geram atividade económica e fixam pessoas no território».

Luís Montenegro assumiu o compromisso de continuar a reforçar as parcerias com as Misericórdias e com o poder local: «Nós não temos nenhum problema em ajudar. Pelo contrário, temos até vantagem em valorizar estas parcerias». Apelou ainda a uma visão regional e integrada das respostas sociais, evitando a duplicação de equipamentos: «É melhor ter uma rede onde as coisas estejam distribuídas, e podermos gerir essa rede de maneira equilibrada».

A concluir, deixou uma mensagem de reconhecimento: «Quero dar os parabéns à Santa Casa da Misericórdia de Évora pelo trabalho realizado e por tudo o que se propõe fazer. Estaremos ao lado dos projetos de desenvolvimento, dentro das possibilidades do Estado».

A nova infraestrutura inaugurada em Évora dispõe de valências de cuidados continuados de média e longa duração, e substitui o anterior Lar Nossa Senhora da Visitação, encerrado devido a problemas estruturais. A obra foi financiada por fundos comunitários, no âmbito do Alentejo 2020.