
A poucos dias do 40º aniversário da OVIBEJA, em entrevista exclusiva concedida ao jornalista Carlos Júlio, Rui Garrido, presidente da ACOS (Associação de Agricultores do Sul), compartilhou suas expectativas e posicionamento em relação ao novo ministro da Agricultura, cuja experiência no setor agrícola é limitada.
O presidente da ACOS enfatizou a importância de um interlocutor que seja receptivo e compreensivo em relação às necessidades dos agricultores, independentemente da sua experiência prévia no campo.
“Nós não conhecemos este novo ministro, só sei o que li na comunicação social. Tem sido eurodeputado, conhece bem como funcionam as negociações, o que é importante. Julgo que é um homem fora da agricultura, mas também já me disseram que é uma pessoa que sabe ouvir e é isso que pretendemos agora. Queremos que haja um ministro que saiba ouvir a produção, que saiba falar connosco, que saiba escutar os nossos problemas e que, juntamente connosco, encontremos soluções. É isto que esperamos deste novo ministro e é isso que esperamos de qualquer ministro da Agricultura”, afirmou Garrido.
Em relação à presença do governo na OVIBEJA, Garrido expressou o desejo de que o novo ministro da Agricultura compareça ao evento deste ano. No ano anterior, o governo não foi convidado devido a circunstâncias específicas, mas a ACOS está empenhada em estabelecer um diálogo construtivo com as autoridades, abordando uma série de questões pendentes.
“Este ano queremos tê-los cá e queremos conversar com eles, naturalmente, e apresentar-lhes as questões que temos em aberto. E que são muitas. Desde a reforma do PEPAC, aos problemas mal resolvidos da seca. Além do pagamento das ajudas de que já falámos, e que implicará um reforço anual do Orçamento de Estado em cerca de 60 milhões de euros, iremos seguramente abordar temas que têm a ver com a o investimento na agricultura, a não elegibilidade do olival na zona de influência do Alqueva, a criação de pequenos regadios nas explorações pecuárias, entre outros”.
Com a OVIBEJA prestes a começar, a presença do novo ministro da Agricultura seria uma oportunidade valiosa para os agricultores do Alentejo apresentarem diretamente as suas preocupações e expectativas em relação ao futuro do setor agrícola no país.