O Partido Comunista Português (PCP) anunciou a apresentação de uma moção de rejeição ao programa do Governo, com o objetivo de forçar uma votação que, segundo o ex-deputado António Filipe, visa responsabilizar todos os partidos pela sua posição sobre a proposta governamental.

A moção, que se espera ser chumbada, visa essencialmente marcar uma posição política contra o programa, cujas propostas, segundo o PCP, representam um ataque aos serviços públicos e aos direitos dos trabalhadores.

António Filipe, em declarações feitas ontem, dia 24 de maio, esclareceu que a votação do programa do Governo só pode ocorrer caso algum partido apresente uma moção de rejeição.

“É isso que o PCP pretende. Que haja uma votação para que todos assumam as suas responsabilidades”, escreveu o ex-deputado nas redes sociais, fazendo referência ao desejo do partido de forçar um debate político e uma decisão clara sobre o apoio ou oposição ao programa apresentado.

Recorde-se que, no passado dia 20 de maio, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, havia antecipado que o programa do Governo traria “ataques aos serviços públicos e aos direitos dos trabalhadores”.

Raimundo reafirmou que o partido “fará tudo” para combater o que considera ser uma “agenda reacionária” do Governo, tanto no âmbito institucional quanto através de ações de protesto e mobilização nas ruas.

Apesar da expectativa de que a moção de rejeição seja rejeitada pela maioria, o PCP sublinha a importância simbólica do gesto, segundo Paulo Raimundo, a apresentação da moção “terá um grande significado político, de condenação à política que o Governo quer apresentar”, além de ser um sinal de que o partido continuará a lutar contra o que considera ser uma política regressiva e contrária aos interesses dos trabalhadores e dos serviços públicos.

A moção de rejeição deverá ser discutida nas próximas sessões parlamentares, com o PCP a garantir que continuará a enfrentar a agenda política do Governo em todas as frentes, incluindo tanto nas esferas institucionais como nas manifestações populares.