
De acordo com o comunicado divulgado pelas associações Clube da Arrábida, Ocean Alive, ZERO e Dunas Livres, estas organizações opõem-se à emissão do Título de Utilização Privativa do Espaço Marítimo (TUPEM), atualmente em consulta pública, por considerar que a APSS “não apresenta os resultados das medidas compensatórias e de monitorização constantes da Declaração de Impacte Ambiental (DIA)”.
As associações alertam que estas medidas obrigavam à realização de “estudos de geologia costeira, dinâmica sedimentar, alterações na linha de costa, na hidrodinâmica e na composição ecológica das praias” e à “monitorização antes e depois das dragagens”. Sem estes dados, “qualquer intervenção pode agravar os diversos impactos no estuário do Sado apontados na DIA”.
A documentação anexa à consulta pública reconhece “um visível desassoreamento das praias da Arrábida e Bico das Lulas em Tróia”, mas também aponta que a zona da restinga de Tróia onde se pretende realizar a deposição de dragados “não apresenta défice sedimentar”.
O comunicado destaca ainda que a nova fase de dragagens “abrange áreas não referidas na DIA” e menciona alterações registadas nos últimos anos na dinâmica do estuário, como “o fecho da barra de entrada” e a “redução da areia e dunas da ponta de Tróia”.
As organizações sublinham que os impactos podem afetar habitats de ervas marinhas protegidas, como a Zostera marina, e espécies marinhas vulneráveis, além de colocar em risco atividades pesqueiras tradicionais no delta do rio.
As associações consideram fundamental “conhecer a evolução do tráfego marítimo e o impacte económico” desde a implementação do projeto, e apelam à participação pública: “A participação de todos os que beneficiam e usufruem do Rio Sado é imprescindível”