
Está em consulta pública a Proposta de Definição do Âmbito (PDA) do Projeto Híbrido de Pinel, promovido pela C. Solar NE20-1 Monte Novo + Amieira, S.A., que integra uma central fotovoltaica de grande dimensão, um sistema de armazenamento em baterias e um pequeno parque eólico, com ligação à Rede Elétrica de Serviço Público por uma linha aérea de muito alta tensão até Portel.
A consulta decorre até 4 de setembro de 2025, permitindo a participação de cidadãos e entidades com contributos e observações.
De acordo com os documentos conultdos pelo Jornal ODigital.pt, o projeto será implantado no concelho da Vidigueira, nas freguesias de Selmes e Pedrógão. A energia produzida será escoada para a rede elétrica através de um Posto de Corte a construir no concelho de Portel, por meio de uma linha aérea a 400 kV com cerca de 11,5 quilómetros, atravessando ainda o município de Portel, nas freguesias de Vera Cruz, Portel e União das Freguesias de Amieira e Alqueva.
A PDA define três componentes principais:
- Central fotovoltaica (CFV)
Potência instalada de 339,447 MWp, distribuída por uma área total de 594,84 hectares (163,60 hectares de área útil de painéis). Serão instalados 585 254 módulos fotovoltaicos de 580 Wp, 1 140 inversores e uma subestação elevatória 30/400 kV. A produção média anual estimada é de 671 GWh. Toda a área será vedada. - Sistema de armazenamento em baterias (BESS)
Potência de 310 MW e capacidade total de 620 MWh, integrado na central fotovoltaica. A potência global de ligação do projeto é de 310 MVA. - Parque eólico (PE)
Dois aerogeradores de 7,2 MW cada (total de 14,4 MW), de eixo horizontal e três pás, com 200 metros de altura. A ligação à subestação da central fotovoltaica será feita a 30 kV.
A linha de muito alta tensão terá cerca de 11,5 km e ligará a subestação da CFV ao Posto de Corte em Portel. Está projetada para 400 kV, com condutor ACSR, cabo de guarda OPGW, isoladores e apoios metálicos. Foram estudados três corredores alternativos para esta ligação, a avaliar no Estudo de Impacte Ambiental (EIA) para seleção do traçado ambientalmente mais favorável.
A construção está prevista para 12 meses e a vida útil da central fotovoltaica e do parque eólico é estimada em 30 anos.
O projeto será sujeito a Avaliação de Impacte Ambiental, uma vez que a área de painéis da central fotovoltaica excede 100 hectares. Embora o parque eólico (duas torres) e a linha de muito alta tensão não atinjam, individualmente, os limiares legais para AIA obrigatória, serão incluídos na análise integrada do projeto híbrido.
A aprovação da PDA vinculará o proponente e a autoridade competente quanto ao conteúdo definido, pelo período de dois anos.