Uma mulher de 52 anos morreu esta segunda-feira no hospital, na sequência dos ferimentos graves sofridos a 28 de junho durante uma recriação histórica das Invasões Francesas em Boticas, no distrito de Vila Real.

O incidente ocorreu nos bastidores do evento, numa ignição acidental de pólvora negra armazenada numa caixa de madeira para cargas de canhão. Paulo Martinho, da empresa WilCôa, envolvida na organização, confirmou à agência Lusa a morte da vítima, que era de Sobral de Monte Agraço (Lisboa), dirigente associativa e militante comunista. A sua morte suscitou manifestações de pesar por parte da Associação Cultura e Recreio 13 de Setembro e da CDU.

Além da mulher agora falecida, um homem de 64 anos também ficou gravemente ferido no mesmo incidente, continuando hospitalizado. Ambos eram recriadores históricos experientes, com mais de uma década de prática no manuseamento de peças de artilharia.

Segundo o responsável da empresa, não se tratou de uma explosão, mas de uma ignição dentro da caixa com cargas de pólvora negra, cujas causas permanecem por apurar. O dia estava particularmente quente em Boticas, o que poderá ter contribuído para o incidente.

A GNR esteve no local e recolheu elementos para investigação, remetendo a informação para o Ministério Público e para a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). Foi ainda confirmado que as vítimas possuíam licença de uso e porte de arma, bem como autorização para aquisição de pólvora negra.

A organização do evento e as entidades envolvidas manifestaram intenção de apurar as causas do acidente para prevenir futuras ocorrências em recriações históricas com armas e pólvora do século XIX.