
O primeiro-ministro Luís Montenegro decidiu adiar qualquer esclarecimento sobre a situação política interna, indicando que só se pronunciará após o debate da moção de censura ao Governo, marcada para sexta-feira. O anúncio foi feito numa publicação na rede social X, onde justificou a decisão como um sinal de respeito tanto pela Assembleia da República como pela 14.ª Cimeira Luso-Brasileira, que decorre esta semana em Brasília.
“Acabei de aterrar em Brasília. Por respeito à representação de Portugal na importante cimeira que vamos realizar e à Assembleia da República portuguesa, remeto para o debate da moção de censura que terá lugar após o meu regresso ao nosso país todas as considerações devidas sobre a atual situação política interna”, escreveu Montenegro na rede social X.
O chefe do Governo encontra-se no Brasil desde esta segunda-feira, acompanhado por 11 ministros, para participar na cimeira que reforça a cooperação entre os dois países. O regresso a Portugal está previsto para sexta-feira, dia em que o Parlamento deverá debater a moção de censura apresentada pelo Chega. O partido justifica o pedido com as recentes polémicas envolvendo uma empresa da qual Montenegro foi sócio até junho de 2022, atualmente detida pela sua esposa e pelos filhos do casal.
A postura do primeiro-ministro em adiar explicações gerou reações diversas. Se, por um lado, é vista como uma estratégia para evitar desviar o foco da cimeira com o Brasil, por outro, a decisão aumenta o clima de incerteza em torno da estabilidade do Governo. A moção de censura, apesar de ter poucas hipóteses de ser aprovada devido à composição parlamentar, servirá como um momento-chave para Montenegro enfrentar a oposição e clarificar o seu posicionamento perante o país.
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