O PS e o PCP, sozinho ou em coligação, ganharam a grande maioria das legislativas no círculo de Évora, ao longo de quase 50 anos de eleições democráticas, com destaque para os socialistas, que vencem desde 1995.

A vitória neste círculo eleitoral só fugiu a socialistas e a comunistas nas legislativas de 1991, quando o PSD conseguiu ficar à frente da CDU (PCP/PEV), segunda força política mais votada, e do PS, terceira, e eleger dois dos quatro deputados.

Esse sufrágio constitui um marco que separa as hegemonias do PCP e suas coligações, concretamente a antiga Aliança Povo Unido (APU) e a atual Coligação Democrática Unitária (CDU), e do PS.

Antes de 1991, o PCP ou as coligações por si lideradas venceram todas as eleições legislativas em Évora, enquanto após essa data foram sempre os socialistas os mais votados no distrito.

O PS é o partido com mais vitórias em legislativas no círculo eleitoral de Évora, num total de 10, nomeadamente em 1995, 1999, 2002, 2005, 2009, 2011, 2015, 2019, 2022 e 2024.

Já o PCP ganhou as primeiras eleições para a Assembleia da República, em 1976, e repetiu a vitória, com a APU, em 1979, 1980, 1983 e 1985, e depois, com a CDU, em 1987, totalizando seis triunfos.

Ao longo dos anos, os deputados eleitos por este círculo – que em 1976 eram seis e atualmente são três – foram repartidos por estas três forças, sozinhas ou em coligações, com apenas duas exceções.

Uma delas foi nas eleições de 1985, com o Partido Renovador Democrático (PRD), de António Ramalho Eanes, a conseguir eleger um deputado por Évora e a outra aconteceu nas legislativas do ano passado, quando o Chega conquistou um parlamentar.

Nas legislativas de 18 de maio, os 132.631 eleitores inscritos vão poder votar num dos 14 partidos e coligações que concorrem no círculo de Évora, em que a maioria apresenta novos cabeças de lista e apenas quatro mantêm a aposta feita em 2024.

O PS é um dos que mantêm a escolha, já que o deputado Luís Dias, eleito pela primeira vez para o parlamento nas anteriores legislativas, continua como cabeça de lista.

Já a AD – Coligação PSD/CDS escolheu para cabeça de lista o presidente da distrital de Évora do PSD, Francisco Figueira, em detrimento da Sónia Ramos, deputada do partido na legislatura que agora findou e já anunciada candidata ‘laranja’ à Câmara de Estremoz.

Também o Chega, depois da estreia na obtenção de um mandato, optou por mudar de cabeça de lista, trocando Rui Cristina, agora candidato em Beja, por Jorge Galveias, parlamentar eleito por Aveiro nas anteriores eleições.

A CDU, que não tem deputado eleito por Évora desde as legislativas de 2022, aposta agora na professora Maria da Graça Nascimento.

O BE aposta no especialista em sistemas e tecnologias de informação Pedro Ferreira, a IL candidata o estudante universitário Rodrigo Mendonça e o Livre repete a candidatura da educadora de infância Glória Franco.

Sérgio Neves (PAN), Ricardo Mendes (RIR), Carla Ribeiro (Ergue-te), Hélder Machado (Volt Portugal), Jorge Canhoto (Nós, Cidadãos!), Luís Madeira (PPM) e Rodrigo Paias (Alternativa Democrática Nacional) são os restantes candidatos a encabeçar listas.