Os trabalhadores da Repsol Polímeros, em Sines, no distrito de Setúbal, estão hoje em greve, pelo aumento de salários e revisão do novo Acordo de Empresa, com uma adesão de 100% no turno da noite, disse fonte sindical.

“Tivemos uma adesão, no turno da noite, de 100% dentro do complexo industrial de Sines” da Repsol Polímeros e, nas primeiras horas do turno da manhã, “uma adesão à volta dos 90%”, revelou Bruno Candeias, dirigente do Sindicato das Indústrias, Energia, Serviços e Águas de Portugal (SIEAP) que iniciou às 00:00 de hoje uma greve de 24 horas.

Em declarações à agência Lusa, durante uma concentração de trabalhadores que decorreu, entre as 07:30 e as 10:00, junto à portaria da empresa, o sindicalista destacou “a grande expressão de unidade” e voltou a reivindicar “um acordo digno para quem trabalha” na empresa petroquímica.

“Temos uma negociação, neste momento, completamente bloqueada pela administração, de forma unilateral e até numa postura de grande extremismo, porque não converge em relação àquilo que são as justas reivindicações dos trabalhadores que, após seis meses, disseram basta, lançaram a greve e estão a aderir massivamente”, afirmou.

Segundo o representante do SIEAP, “todas as unidades que estavam a laborar, para além da segurança necessária, foram paralisadas”, estando assegurados os serviços mínimos.

Apesar da paralisação, “os trabalhadores estão a garantir a segurança das instalações” e “algumas das pequenas unidades que já estavam a começar a laborar”, depois de uma paragem programada, “foram também elas paralisadas, adiando a produção”, indicou.

Segundo Bruno Candeias, o novo Acordo de Empresa prevê “a revisão das tabelas salariais” que, no entender dos trabalhadores, deve ter em conta “a questão do poder de compra e do aumento do salário mínimo nacional”, além de “um conjunto significativo de outras propostas que a empresa praticamente tem rejeitado”.

À Lusa, também David Palma, delegado sindical do SIEAP, e trabalhador da empresa há 22 anos, disse esperar que a elevada adesão dos trabalhadores à paralisação, nos primeiros dois turnos, contribua para a resolução dos problemas salariais.

“Pensamos que possa vir a ser esse o caminho. Estamos a passar por um período que nunca passámos, tivemos sempre algum reconhecimento anualmente a nível salarial e agora estamos há três anos sem incremento salarial e com uma inflação bastante alta”, disse.

A Lusa contactou a empresa através de correio eletrónico, mas até às 11:30 não obteve esclarecimentos.