A moção de confiança apresentada esta tarde pelo Governo foi rejeitada pela oposição, levando à queda do Executivo. Apenas PSD, CDS e Iniciativa Liberal votaram a favor.

O futuro político do país está agora nas mãos do Presidente da República.

 

Antes da votação, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, revelou que o Governo tentou um acordo com o PS sobre o calendário da Comissão Parlamentar de Inquérito à empresa familiar de Luís Montenegro – o tema central da crise política –, mas as negociações falharam. “É com desilusão e tristeza que concluímos que o PS está decidido a levar o país para uma crise política e a antecipação de eleições”, afirmou. “O Governo fez tudo o que estava ao seu alcance para evitar este cenário”, reiterou.

Segundo Pedro Duarte, o Executivo propôs que as conclusões da comissão fossem apresentadas até ao final de maio. “O que tivemos foi uma recusa liminar. O PS não só não apresentou qualquer contraproposta, como afirmou que não mudaria um milímetro da sua posição”, explicou.

Após a votação, Hugo Soares, líder da bancada do PSD, acusou o PS e o Chega de terem procurado derrubar o Governo, lamentando o desfecho da moção de confiança. O dirigente social-democrata evitou revelar detalhes de conversas privadas, mas admitiu que houve tentativas de encontrar uma solução antes da votação.

Soares recordou ainda que, durante o debate, o primeiro-ministro se mostrou disponível para retirar a moção de confiança, mas acusou a oposição de não ter demonstrado abertura para esclarecimentos.