A primeira unidade local de formação de bombeiros no distrito de Beja, o único do país sem um equipamento do género, vai ser criada em Ferreira do Alentejo, indicou o presidente da Escola Nacional de Bombeiros.

Segundo o responsável da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), Lídio Lopes, os “critérios de análise” foram favoráveis a Ferreira do Alentejo e, “brevemente”, Beja deixará de ser o único distrito do país sem uma unidade local de formação (ULF) de bombeiros.

A decisão teve como “fatores importantes” a centralidade e os acessos do município, a proximidade/afastamento do edificado urbano ou a existência de infraestruturas de apoio adjacentes.

Os outros foram a distância do edifício ao corpo de bombeiros mais próximo e ao centro do concelho e a possibilidade de existir um centro de manutenção e apoio logístico.

Tendo em conta os critérios apresentados, explicou Lídio Lopes, a ENB optou por abordar, numa primeira fase, as câmaras municipais de Ferreira do Alentejo e Ourique.

“Depois desta ordenação, havia um relativo empate entre Ourique e Ferreira do Alentejo”, pelo que se recorreu a “critérios de desempate”, como “o estado de maturidade do processo ao nível da capacidade financeira de execução da obra”, disse.

O responsável referiu que, entre os dias 02 e 11 de abril, foi pedido aos presidentes de câmara que dessem o seu parecer quanto a estes “segundos compromissos” para que a assembleia-geral da ENB e os associados da Liga dos Bombeiros Portugueses e da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil tomassem a decisão final.

“A Câmara de Ferreira do Alentejo deu-nos nota de que está disponível e em condições de assinar o protocolo de instalação da ULF imediatamente [e] a Câmara de Ourique deu-nos conhecimento que, de momento, a maturidade do projeto do espaço edificado é baixa”.

Por isso, “aquilo que nos parece razoável [e] consensualmente fácil de aceitar é que a solução é formalizar a ULF de bombeiros de Ferreira do Alentejo”, confirmou.

A nova ULF será instalada no antigo parque de feiras e exposições local, num terreno que pertence ao município, “livre de quaisquer ónus ou encargos” e que “dispõe de infraestruturas básicas, [como] vedação, arruamentos, água e eletricidade”.

Segundo Lídio Lopes, o espaço escolhido possui “uma localização privilegiada” no que diz respeito aos acessos e às atividades próximas.

Encontra-se “mesmo ao lado” do Itinerário Principal 8 (IP8), que liga Sines à fronteira de Espanha, e da Autoestrada do Sul (A2), assim como do Aeroporto Internacional de Beja, da Base Área N.º 11 de Beja (BA11), de dois aeródromos civis e da albufeira de Odivelas.

“Do ponto de vista do projeto a implementar no local, a câmara está em condições de avançar imediatamente para a execução do projeto de arquitetura e das suas especialidades”, garantiu.

E, do ponto de vista do financiamento da obra, “lançará, brevemente, a empreitada de construção e assumirá os custos inerentes através do orçamento municipal, independentemente de eventuais outras fontes de financiamento”, acrescentou.

O presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo, Luís Pita Ameixa, disse, por sua vez, que esta ULF não irá servir apenas o distrito de Beja, mas, sim, “toda a região do Baixo Alentejo”, sendo um contributo importante para os bombeiros e comunidades.