Uma empresa especializada em quadros elétricos, em Elvas, no distrito de Portalegre, vai manter o processo de despedimento coletivo de sete trabalhadores, após uma segunda ronda negocial, divulgaram os sindicatos.

A União dos Sindicatos do Norte Alentejano (USNA) convocou para ontem uma ação de protesto em frente à Snef Portugal Electricidade, na zona industrial de Elvas, mas antes esteve envolvida numa segunda reunião que visava reverter a situação.

Em declarações à agência Lusa, a coordenadora da USNA, Ana Albergaria, explicou que estiveram presentes na reunião os representantes da empresa, elementos do Ministério do Trabalho, da comissão criada por trabalhadores, da USNA e do Sindicato Das Indústrias Eléctricas Do Sul E Ilhas (SIESI).

“Nós não conseguimos reverter o despedimento coletivo, é extremamente complicado fazer esta reversão. A empresa mostrou-se irreversível nesta decisão”, lamentou.

Ana Albergaria recordou que a empresa “andou a apregoar” que é “líder” no setor e que vai, entretanto, contratar trabalhadores oriundos da Universidade da Extremadura, em Badajoz, Espanha.

“Inclusive publicaram na própria página (na Internet) uma notícia onde convidavam os alunos a vir estagiar e trabalhar para aqui, mas mostra-se irredutível e vai, tudo leva a querer que sim, avançar com o despedimento destas sete pessoas”, acrescentou.

Ana Albergaria disse ainda que vão “esperar 15 dias”, na esperança que a empresa reverta a situação, apesar de não estar prevista mais nenhuma ronda negocial.

Em declarações à Lusa, uma das funcionárias despedidas que participava ontem na ação de protesto, mas que solicitou o anonimato, relatou que entrou para os quadros da Snef Portugal Eletricidade “há mais de um ano”, tendo comprado casa recentemente.

“Uma surpresa, não esperava. Em janeiro, inclusive, foi feita uma festa com os trabalhadores a comemorar os 35 anos da empresa, eu achei que estávamos no auge, falaram em milhares de lucro e, agora em abril, foram despedidas sete pessoas”, disse.

De acordo com a USNA, a empresa justificou “o despedimento coletivo” com “a redução do volume de trabalho”.

De acordo com Ana Albergaria, os sete trabalhadores que vão ser despedidos desta empresa, sedeada em Elvas, são seis mulheres e um homem.

A sindicalista indicou ainda que a empresa “é de capital francês” e conta com unidades em Portugal, Espanha e França.

A Lusa tentou contactar a administração da empresa para obter esclarecimentos, mas as várias tentativas revelaram-se infrutíferas.

Na segunda-feira, dia em que foi anunciado o protesto por parte da USNA, a Lusa contactou a administração da unidade de Elvas da Snef Portugal Eletricidade, mas a mesma remeteu para mais tarde eventuais esclarecimentos.