
A Comissão de Utentes dos Transportes Públicos do Seixal (CUTPS) acusa a Transtejo, responsável pela ligação fluvial entre o Seixal e o Cais do Sodré de faltar à verdade sobre o reforço das ligações através da frota de navios eléctricos.
Num comunicado enviado ao Diário do Distrito, intitulado ‘Com Papas e Bolos se Enganam os Tolos – Só que os Utentes Não São Tolos’, a CUTPS afirma que «quando a Administração da Transtejo/Soflusa publicita que procedeu ao reforço das ligações entre o Seixal e Lisboa(Cais do Sodré), só pode estar a gozar com os utentes».
Segundo a Comissão, a empresa não reforçou as ligações e «para além de manter exactamente o mesmo número de ligações em ambos os sentidos, seja nos dias úteis, seja aos sábados, domingos e feriados, conseguiu o feito de CORTAR uma ligação na ponta da manhã na ligação Seixal-Lisboa (Cais do Sodré)».
E como factos explanam que: «utilizando os horários publicitados pela Transtejo/Soflusa, quer os novos quer os anteriores, constata-se que: entre as 06h00 e as 09h59 faziam-se (quando havia barco e tripulação!) 19 ligações, 10 com partida do Seixal e 9 com partida de Lisboa.
Com os novos horários, passámos a ter 17 ligações, 9 com partida do Seixal e 8 com partida de Lisboa;
Entre as 16h00 e as 19h59 o número de ligações passou de 17 – 9 com partida do Seixal e 8 com partida de Lisboa, para 18 – as mesmas 9 com partida do Seixal e 9, mais uma com partida de Lisboa;
À noite, a partir das 20h00, o quadro de diminuição de ligações é o mesmo. De 7 ligações – 3 do Seixal e 4 de Lisboa passaram a 5 ligações – 2 do Seixal e 3 de Lisboa;
Reforçaram as ligações fora das horas de ponta e durante o dia. De 10 passaram a 13, o que jamais se contestará;
Aos sábados, domingos e feriados, o número de ligações são exactamente as mesmas que vigoravam anteriormente.»
As acusações da Comissão vão para a Administração da empresa, mas também para o Governo, que consideram tratar «quem mora na Margem Sul e usa as ligações fluviais Seixal-Lisboa(Cais do Sodré) ‘abaixo de cão’» e de «manipularem e propagandearem alterações que de facto não existiram; acham que à noite, aos sábados, aos domingos e feriados não se trabalha e/ou não se estuda, logo não se necessitam mais ligações.
Ou que não são precisos meios públicos de mobilidade para aceder aos actos culturais, logo ligações casa-equipamentos de cultura, seja em Lisboa, seja no Seixal.»
Perante esta situação, a CUTPS considera urgente que «a Administração da Transtejo/Soflusa e o governo que a tutela desçam do seu pedestal, venham ao terreno falar com os utentes, ouvir as suas necessidades 7 dias por semana, 24 horas por dia e fazerem os horários que lhes respondam, ao invés de fazerem propaganda falaciosa».
E afirmam também que a Comissão «quer ser ouvida, estamos prontos para colaborar na resolução dos problemas. Mas exigimos respostas positivas, não a mesma cantilena de sempre, que “amanhã é que vai ser” e “lérias” do género».