A campanha de comercialização da cortiça de 2025 prosseguiu nas áreas do Alentejo, Ribatejo e Península de Setúbal entre 16 e 22 de junho, com destaque para a quebra generalizada nas cotações da cortiça amadia em pilha, que registou uma diminuição de 3,5% face à semana anterior e de 13,3% em comparação com a semana homóloga de 2024.

De acordo com os dados do Sistema de Informação de Mercados Agrícolas (SIMA), a redução das cotações está associada a uma diminuição da procura, especialmente na zona do Ribatejo e Península de Setúbal, num mercado caracterizado por uma oferta média e uma procura de baixa a média. A qualidade da cortiça transacionada foi classificada como média a boa.

No Alentejo, principal região produtora nacional, a atividade manteve-se, mas os valores médios praticados no mercado refletiram o abrandamento da procura, alinhando-se com a tendência nacional de quebra nas cotações.

A nível nacional, a cortiça natural em bruto registou uma queda de 57% nas exportações em toneladas no primeiro quadrimestre de 2025 face a igual período do ano anterior, passando de 675 para 291 toneladas. Em valor, a quebra foi de 17%, com uma descida de 3.461 para 2.866 mil euros.

Apesar da quebra em alguns segmentos, o setor manteve um saldo comercial positivo de cerca de 343 milhões de euros no período de janeiro a abril de 2025, o que representa um aumento de 2% face ao mesmo período de 2024. Em termos de quantidade, as exportações aumentaram 1%, confirmando o peso estratégico da cortiça na balança comercial portuguesa.

As exportações de cortiça aglomerada e suas obras cresceram 12% em quantidade e 8% em valor, o que compensou parcialmente as quebras nos restantes segmentos. No total, Portugal exportou 50.629 toneladas de cortiça no período em análise, menos 12% que no ano anterior, mas mantendo a estabilidade no valor global das exportações, que se fixaram nos 393,2 milhões de euros.