O número de partos registados em Portugal em 2024 diminuiu 1,3% face ao ano anterior, totalizando 84 059 ocorrências. No Alentejo, a quebra foi de 2,4%, o mesmo valor registado no Algarve, segundo dados agora divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Entre 2023 e 2024, apenas quatro regiões do país registaram um aumento no número de partos: Região Autónoma da Madeira (+2,4%), Oeste e Vale do Tejo (+1,2%), Grande Lisboa (+0,9%) e Península de Setúbal (+0,1%). Em contraste, o Alentejo, juntamente com o Norte e a Região Autónoma dos Açores, registou uma redução, sendo que esta última foi a mais acentuada (-8,7%).

Do total de partos registados em Portugal em 2024, 99,7% foram de mulheres residentes no país. No que diz respeito à distribuição regional, o Alentejo continua a representar uma das regiões com menor volume de partos, num contexto de tendência demográfica de envelhecimento e despovoamento do interior.

O INE salienta ainda que a proporção de mães estrangeiras foi mais reduzida no interior alentejano, em contraste com valores mais elevados registados em municípios como Odemira (62,5%) e Aljezur (68,4%). No conjunto do país, as mulheres de nacionalidade estrangeira representaram 26,3% dos partos.

A idade das mães também tem vindo a aumentar. Em 2024, 24% dos partos em Portugal foram de mulheres com idades entre os 35 e os 39 anos, enquanto um terço ocorreu no grupo entre os 30 e os 34 anos. O número de partos em idades mais avançadas — entre os 45 e os 49 anos — passou de 196, em 2003, para 560 em 2024. Ocorreram ainda 20 partos em mães com idades entre os 10 e os 14 anos.

O parto hospitalar foi o mais comum, com 82 911 ocorrências, seguindo-se 841 partos em domicílio e 307 noutros locais. No total, 71,3% foram assistidos por médicos, 27,9% por enfermeiras parteiras e 0,8% por outros profissionais ou sem registo da assistência.

A taxa de cesarianas em hospitais manteve a tendência de crescimento verificada nas últimas décadas, situando-se nos 37% em 2023, comparando com 27% em 1999.

As estatísticas dos partos são produzidas pelo INE com base em dados administrativos das Conservatórias do Registo Civil e do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito.