Bragança: Ministério Público investiga morte de mulher em Alfândega da Fé por atraso no socorro

Mulher morre três dias após AVC em Alfândega da Fé: Ministério Público apura atraso no socorro.

O Ministério Público está a investigar a morte de Maria Virgínia, de 69 anos, que morreu três dias após sofrer um AVC em Alfândega da Fé, no norte de Portugal.

A família da vítima apresentou queixa por alegada negligência, apontando um possível atraso no socorro, que poderá ter contribuído para o desfecho fatal.

O caso ocorreu em março, quando Maria Virgínia se sentiu mal e o filho, Carlos Rachado, ligou para o número de emergência 112, contudo, segundo o relato, foi informado de que não havia ambulâncias disponíveis para prestar socorro.

Face a esta situação, o filho decidiu acionar uma viatura de transporte para levar a mãe até ao Centro de Saúde de Alfândega da Fé.

Às 19h11 desse mesmo dia, o Centro de Saúde local contactou o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) para solicitar uma ambulância devido ao agravamento do estado clínico da mulher, no entanto, uma ambulância vinda de Mirandela, que fica a cerca de 40 quilómetros de distância, demorou cerca de 40 minutos a chegar ao local.

Maria Virgínia foi então transportada para o hospital de Bragança, de onde foi posteriormente transferida para a Unidade de AVC do hospital de Macedo de Cavaleiros. Três dias depois, não resistiu aos efeitos do AVC e faleceu.

Em declarações ao “Correio da Manhã”, o filho da vítima expressou a sua angústia, questionando se o desfecho teria sido diferente caso o socorro tivesse sido mais rápido. “Não sei se o desfecho teria sido diferente com um socorro mais rápido”, afirmou Carlos Rachado.

A Procuradoria-Geral da República confirmou a instauração de um inquérito, que está em curso, para apurar as circunstâncias da morte e avaliar se houve falhas no processo de socorro, a investigação do Ministério Público está a decorrer em paralelo com a queixa apresentada pela família, que aguarda respostas sobre a gestão do socorro de emergência à vítima.

Este caso tem gerado grande consternação na comunidade local, levantando questões sobre a eficácia e disponibilidade dos serviços de emergência na região, especialmente em áreas mais afastadas.