O BPI (Banco Portugês de Investimento) obteve um lucro líquido de 137 milhões de euros no primeiro trimestre de 2025, o que representa um crescimento de 13% face aos 121 milhões registados no mesmo período do ano anterior.

Este resultado inclui 46 milhões de euros em dividendos do Banco de Fomento Angola (BFA), relativos a 2024, cuja aprovação pelos acionistas permitiu o registo no primeiro trimestre (em 2024, este montante foi contabilizado apenas no segundo trimestre).

A atividade em Portugal contribuiu com 98 milhões de euros, valor que traduz uma queda homóloga de 13%, sobretudo devido ao impacto da descida das taxas de juro de mercado, que reduziu os indexantes aplicáveis ao crédito e pressionou a margem financeira.

O banco registou ainda uma subida de 5% no crédito concedido e de 7% nos recursos de clientes, com destaque para a carteira de crédito à habitação, que aumentou 8% face a 2024, totalizando 961 milhões de euros em novas operações no trimestre.

Sendo importante mencionar que o crédito às empresas também cresceu, ao compararmos com o mesmo período em 2024, teve um crescimento de 4%.

Apesar do dinamismo comercial, o produto bancário sofreu uma redução de 8%, afetado negativamente pela descida das taxas de juro, ainda assim, o banco manteve os custos recorrentes estáveis, com um aumento residual de apenas 1% em termos homólogos.

O rácio de eficiência (cost-to-income) situou-se em 37%, enquanto o custo do risco permanece num nível reduzido de 0,10%.

A rentabilidade dos capitais próprios tangíveis recorrente (ROTE) em Portugal alcançou os 17,5%, considerando os últimos 12 meses até março de 2025.

Em declarações a propósito dos resultados, o presidente executivo do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, afirmou que os números deste trimestre refletem “o forte dinamismo da atividade comercial do BPI”, destacando o crescimento da captação de poupanças e da concessão de crédito, especialmente no segmento da habitação.

“Estamos preparados para o atual ciclo de descida das taxas de juro de mercado. Embora esse movimento possa pressionar a margem financeira, acreditamos que terá um efeito positivo na capacidade financeira das famílias e empresas, contribuindo para a estabilidade económica”, acrescentou.

O CEO destacou ainda a política de valorização de talento jovem, sublinhando que o banco contratou 103 colaboradores com menos de 30 anos apenas no primeiro trimestre de 2025, totalizando cerca de 400 desde 2022.

Outro ponto de relevo é o compromisso com a ação social em Portugal, com a Fundação “la Caixa” a destinar novamente cerca de 50 milhões de euros para o maior programa privado de investimento social no país, desenvolvido em colaboração com o BPI.

Este montante será canalizado para projetos nas áreas da ação social, investigação e saúde, cultura e ciência, bem como educação e bolsas.

O banco também apresenta indicadores de solidez e estabilidade, com o rácio de NPE (exposição a crédito não produtivo) nos mínimos históricos de 1,3%, coberto a 152%.

Os rácios de capital mantêm-se robustos: CET1 de 13,9% e capital total de 17,4%.

O trimestre ficou também marcado pela concessão de cerca de 200 milhões de euros em financiamento sustentável, reforçando o papel do BPI no apoio à transição energética e às práticas ESG.