A presidente eleita da Câmara de Mora, Paula Chuço, congratulou-se ontem pela “importante” vitória neste que era um ‘bastião’ comunista no distrito de Évora, sempre presidido por coligações lideradas pelo PCP.

“Esperar, espera-se sempre um bocadinho, mas era difícil, pensava que não” iria ser possível a vitória, afirmou a nova autarca de Mora, em declarações à agência Lusa.

Paula Chuço lembrou que este concelho alentejano era, desde as primeiras eleições autárquicas de 1976, presidido por coligações lideradas pelo PCP, pelo que “é importante ganhar” e, agora, “virar a página”.

“Como diz o nosso slogan, ‘renascer’ o nosso concelho”, sublinhou, afiançando que, quando tomar posse, vai fazer o que prometeu no programa eleitoral da sua candidatura: “Vou trabalhar com todos, para todos e por todos” os munícipes.

No domingo à noite, o PS ganhou com maioria absoluta as eleições autárquicas em Mora, obtendo três mandatos, segundo dados provisórios do Ministério da Administração Interna (MAI).

A socialista Paula Chuço recebeu 48,12% dos votos, enquanto a CDU (PCP/PEV), que candidatou Marco Calhau, presidente da Junta de Freguesia de Mora e bombeiro, foi a segunda força mais votada, com 43,53%, pelo que se ficou pelos dois mandatos.

A coligação CDS-PP/PSD/PPM ficou em terceiro lugar, com 4,08% dos votos.

Dos 3.965 eleitores inscritos, 64,31% foi às urnas (abstenção foi de 35,69%), tendo sido registados 2,16% de votos nulos e 2,12% de votos brancos, de acordo com os dados provisórios do MAI.

Das quatro freguesias do concelho, o PS ganhou em duas, Mora (49,11% contra 41,85% CDU) e Pavia (52,70% contra 37,58% da CDU), tendo a coligação liderada pelo PCP saído vitoriosa nas outras duas, Cabeção (47,93% contra 45,66% do PS) e Brotas (54,94% contra 39,13% do PS).

No global do concelho, nestas eleições de domingo, face aos resultados das autárquicas de 2017, o PS mais do que duplicou a votação (há quatro anos tinha obtido 22,21%, pelo que agora subiu 25,91%).

Já a CDU, que apresentou um novo candidato à presidência do município, uma vez que o autarca comunista Luís Simão, que estava no terceiro mandato, não se recandidatou, seguiu tendência contrária e teve uma decida de 19,37%, passando dos 62,90% de há quatro anos para os 43,53% conseguidos agora.