A denúncia será apresentada à justiça pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), organização não-governamental que reúne várias representações, conforme anunciado pela sua coordenadora executiva, Sonia Guajajara.

"A @apiboficial entrará na Justiça contra Jair Bolsonaro por crime de racismo. Nós, povos indígenas, originários desta terra, exigimos respeito! Bolsonaro mais uma vez rasga a Constituição ao negar nossa existência enquanto seres humanos. É preciso dar um basta a esse perverso!", escreveu Guajajara na rede social Twitter.

Durante uma transmissão para os seus apoiadores, o Presidente brasileiro afirmou: "O índio é cada vez mais um ser humano como nós. Então, vamos fazer o índio se integrar à sociedade e realmente possuir sua terra indígena. É isso que queremos aqui".

Jair Bolsonaro fez a declaração na noite de quinta-feira, numa de suas escalas antes de aterrar na Índia, onde começou hoje uma visita oficial de quatro dias.

O chefe de Estado brasileiro já manifestou a sua intenção de promover um projeto para legalizar a mineração e atividades agrícolas em larga escala dentro de terras indígenas, atualmente protegidas por lei.

Jair Bolsonaro tem sido o centro de várias críticas de associações indígenas e organizações internacionais por suas ideias e políticas para o meio ambiente, que contrariam lideranças indígenas.

Líderes de 45 grupos étnicos indígenas no Brasil assinaram na semana passada um manifesto no qual denunciavam que o Governo brasileiro lançou um "projeto político de genocídio" contra os povos nativos do país e os habitantes da Amazónia.

A reunião foi liderada pelo chefe Raoni Metuktire, defensor histórico dos direitos dos povos indígenas e quem Bolsonaro acusou, antes da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no ano passado, de ser "usado por poderes estrangeiros "que pretendiam dominar a Amazónia.

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