
"É um trabalho que vai levar no máximo 14 dias", disse o primeiro ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário.
O chefe do Governo falava à imprensa no final de uma visita aos distritos afetados pelo mau tempo em Cabo Delgado, norte de Moçambique.
Trata-se dos troços Montepuez e desvio Nguia, que estão debilitados e que são alternativas ao ponto interrompido há pouco mais de uma semana na Estrada Nacional 380, uma das principais da província, dando acesso aos nove distritos isolados no Norte.
"Eles vão fazer todos os esforços para que estes prazos [de reabilitação] sejam os menores possíveis", afirmou.
A interrupção da Estrada Nacional 380 ocorreu na sequência do desabamento de uma ponte, isolando nove distritos do norte daquela província moçambicana.
Na sexta-feira, o Governo moçambicano anunciou que vai instalar duas pontes metálicas sobre os rios Montepuez e Messalo para restabelecer a circulação terrestre.
A travessia agora está a ser feita por pequenas embarcações, numa altura em que as autoridades procuram assistir as pessoas afetadas.
O Governo moçambicano prometeu que nos próximos dias vão ser disponibilizados meios aéreos para apoiar a assistência às pessoas afetadas, que as autoridades estimam que sejam cerca de 10 mil.
Moçambique emitiu um alerta laranja para todas as províncias do país, como forma de acelerar a mobilização de recursos para a assistência a vítimas e à reposição de danos, tendo em conta que a época chuvosa no país só termina em abril.
Em abril, alguns pontos da província de Cabo Delgado foram atingidos pelo ciclone Kenneth, que causou a morte a 45 pessoas e afetou outras 250 mil.
Um mês antes da passagem do Kenneth, o centro de Moçambique foi devastado pelo ciclone Idai, que provocou mais de 600 mortos e afetou cerca de 1,5 milhões de pessoas no centro do país, além de destruir várias infraestruturas.
Entre os meses de novembro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.
No total, 714 pessoas morreram durante o período chuvoso em 2018/2019, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth.
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