
“Se tivesse morrido um já seria uma grande tristeza, mas os dois é um grande desgosto”. É desta forma que, do alto do primeiro andar da moradia onde reside, Deolinda Silva, esposa de Fernando Silva, reage à partida abrupta dos seus netos. Eles são os avós paternos de Diogo Jota e André Silva e, ao longo se 40 minutos, partilharam com a TV 7 Dias o que lhes vai na alma. Durante este tempo, nem uma lágrima caiu… elas já secaram. Mas no olhar mantém-se espelhado o sofrimento e a dor que teimam em persistir. Afinal de contas ninguém está preparado para ver os seus descendentes partirem antes do tempo, principalmente de uma forma tão inesperada e violenta.
Pouco passava das 00h30 do dia 3 de julho quando o Lamborghini se despistou na zona de Zamora, em Espanha, tendo provocado a morte de Diogo Jota, com 28 anos, e de André Silva, que tinha apenas 25 anos. A notícia da partida da estrela do Liverpool e do seu irmão, que vestia a camisola do FC Penafiel, chegou até casa destes avós não pela família, mas pela televisão. Foi assim que Fernando soube que Diogo tinha partido. De André não tinha qualquer novidade. Já a sua esposa, por motivos de saúde, foi protegida e só mais tarde é que tomou conhecimento da morte dos jovens. “Foi pela televisão que soube e foi só de um, nessa altura só soube do Diogo”, revela, adiantando ainda que a sua esposa não soube de nada nesse momento. O casal foi para casa de uma familiar para onde foi chamado um médico que pudesse dar assistência à avó dos futebolistas caso esta se sentisse mal. “Não sabia porque podia dar-me alguma coisa”, adianta Deolinda.
Nesta longa e exclusiva entrevista, o avô conta ainda com quem é que Rute Cardoso, que casou com Diogo no dia 22 de junho, se encontra a viver atualmente e fala sobre o estado emocional dos pais dos malogrados atletas.