Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 1,55%, o tecnológico Nasdaq baixou 3,36% e o alargado S&P500 recuou 2,50%.
A Fed decidiu hoje, como previsto, subir a sua taxa de juro de referência em 75 pontos-base, o que a coloca no intervalo entre 3,75% e quatro por cento, que é o seu máximo desde h+a cerca de 15 anos.
No comunicado em que anuncia a decisão, o Comité de Política Monetária (FOMC, na sigla em Inglês) da Fed indicou que, para determinar a trajetória das taxas, "vai considerar o efeito acumulado do endurecimento monetário" já efetuado na atividade económica.
Esta menção "enviou aos investidores o sinal de que a Fed iria ser muito prudente nas duas próximas subidas de taxa", interpretou Tom Cahill, da Ventura Wealth Management.
"Mas, na conferência de imprensa (do presidente da Fed, Jerome Powell) que se seguiu, foi reafirmado que a ed ainda tinha caminho a fazer (...) e que era prematuro de falar de uma pausa nas subidas de taxas, o que fez descer o mercado", acrescentou.
Já Susannah Streeter, da Hargreaves Lansdown, apontou que "a inflação está a revelar-se um adversário difícil e a Fed preveniu contra expectativas demasiado otimistas de um regresso a uma política monetária mais acomodatícia".
Os analistas estimam agora em 70% a probabilidade de a taxa da Fed passar os cinco por cento até ao próximo mês de maio, cenário que não era concebido há um mês.
Sem surpresa, a perspetiva de taxas mais elevadas durante mais tempo arrefeceu o setor da tecnologia, muito dependente do custo do dinheiro para financiar o seu crescimento.
Assim, por exemplo, a Apple perdeu 3,73%, a Microsoft 3,54%, a Alphabet 3,79%, a Tesla 5,64% e a Amazon 4,82%.
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