Em abril, quando o FMI fez a primeira previsão para 2021, a maioria dos dados oficiais e as expectativas governamentais apontavam para um crescimento gradual do turismo no território e subsequentemente para o crescimento das receitas dos casinos na capital mundial do jogo, praticamente o único motor da economia de Macau.

Contudo, o turismo e os gastos em jogo parecem demorar a subir.

Em setembro, por exemplo, a indústria do jogo em Macau registou o segundo pior resultado do ano, com os impactos das medidas epidémicas impostas pelo Governo a fazerem-se sentir de imediato, após terem sido registados cerca de uma dezena de casos no território.

O Governo de Macau é um dos únicos territórios no mundo que continua a apostar numa política de casos zero. Desde o início da pandemia, o território registou apenas 77 casos da doença.

A entrada em Macau, de fora da China continental, só não está vedada a residentes, e, mesmo esses, têm de fazer pelo menos 21 dias de quarentena obrigatória dentro de um quarto de hotel, mesmo que estejam vacinados e apresentem teste com resultado negativo.

O FMI, de acordo com o documento divulgado na terça-feira, prevê agora que em 2022 o crescimento seja de 37,6%, quando em abril previa um crescimento substancial de 43%.

Segundo o FMI, em 2020 a economia do território caiu 56,3%, depois de uma quebra do número de visitantes devido às restrições fronteiriças, que se traduziu na redução significativa das receitas do jogo: os casinos em Macau terminaram 2020 com receitas de 60,4 mil milhões de patacas (6,4 mil milhões de euros), menos 79,3% em relação a 2019.

Segundo o documento das Perspetivas Económicas Mundiais, divulgado pelo FMI, em termos de desemprego, a taxa da capital mundial permanecerá baixa: 2,9% este ano e no ano seguinte de 2,5%.

Ainda assim, o FMI estima um aumento de 0,4 pontos percentuais de desemprego este ano, quando comparado com as suas previsões em abril.

Para este ano, o organismo internacional espera uma deflação de 0,3% e uma inflação de 2% no ano seguinte.

No relatório de abril, o FMI calculava uma inflação de 1,4% para este ano.

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