A reserva financeira da Região Administrativa Especial de Macau cifrou-se em 566,2 mil milhões de patacas (64,7 mil milhões de euros) no final de janeiro, de acordo com a informação publicada no Boletim Oficial pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

A reserva financeira tinha perdido 87 mil milhões de patacas (9,94 mil milhões de euros) no final de 2022, caindo para 559,2 mil milhões de patacas (65 mil milhões de euros), o valor mais baixo desde janeiro de 2019.

No relatório anual da reserva financeira referente a 2022, também publicado hoje em Boletim Oficial, a AMCM justifica a queda com "a crise geopolítica, o bloqueio de cadeia global de fornecimentos causado pela epidemia e a subida significativa das taxas de juros".

Apesar do bom arranque de ano, o valor da reserva financeira permanece longe do recorde atingido de 669,7 mil milhões de patacas (76,5 mil milhões de euros) em fevereiro de 2021.

O valor da reserva extraordinária no final de janeiro era de 400,9 mil milhões de patacas (45,8 mil milhões de euros) e a reserva básica, equivalente a 150% do orçamento público de Macau para 2022, era de 152,1 mil milhões de patacas (17,4 mil milhões de euros).

A região chinesa, cuja economia depende do turismo, seguiu até meados de dezembro a política chinesa de 'zero covid', com a imposição de quarentenas, confinamentos e testagem massiva.

A reserva financeira de Macau é maioritariamente composta por depósitos e contas correntes no valor de 263,9 mil milhões de patacas (30,2 mil milhões de euros), títulos de crédito no montante de 125,8 mil milhões de patacas (14,4 mil milhões de euros) e até 172,5 mil milhões de patacas (19,7 mil milhões de euros) em investimentos subcontratados.

Mesmo no cenário de crise económica criada pela pandemia, a reserva financeira de Macau tinha crescido em 2020 e 2021, apesar de o Governo ter injetado mais de 90 mil milhões de patacas (mais de 10,3 mil milhões de euros) no orçamento.

No ano passado, as autoridades da região voltaram a transferir 68,2 mil milhões de patacas (7,8 mil milhões de euros) da reserva financeira para o orçamento público, que incluiu dois planos de apoio pecuniário à população.

O Governo gastou ainda 5,92 mil milhões de patacas (676,4 milhões de euros) para dar a cada residente oito mil patacas (cerca de 910 euros), montante que podia ser usado para efetuar pagamentos, sobretudo no comércio local, até ao final de fevereiro.

A Assembleia Legislativa de Macau aprovou em novembro o orçamento da região para 2023, prevendo voltar a recorrer à reserva financeira em 35,6 mil milhões de patacas (4,1 mil milhões de euros).

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