
"Devemos todos assumir o protagonismo na vigilância contra a vandalização, protegendo o bem público e salvaguardando o funcionamento e a durabilidade destes equipamentos que são pertença de todos nós", afirmou Filipe Nyusi.
O chefe de Estado moçambicano falava após a inauguração da rede elétrica da sede do distrito de Macate, província de Manica, centro do país.
Discursando a partir de uma área que está a mais de 600 quilómetros de Maputo e que passa a ter eletricidade pela primeira vez, o Presidente moçambicano criticou severamente o derrube de linhas de transmissão de energia como um fenómeno que atrasa a expansão da rede elétrica nacional.
Os residentes do distrito devem impedir que "um malandro suba ao poste de energia elétrica para tirar fio que quer usar para caçar rato", declarou.
O chefe de Estado moçambicano defendeu que a proteção das infraestruturas de energia elétrica é fundamental para assegurar que o Governo leve luz para todos os moçambicanos.
"Com o nosso programa 'Energia para todos' vamos assegurar que até 2024 mais de 10 milhões moçambicanos possam dispor, pela primeira vez, de energia elétrica nas suas residências", sublinhou.
Filipe Nyusi frisou que o país passou a ter 500 novas ligações diárias à rede elétrica nacional, desde que há seis meses anunciou a eliminação da taxa de contrato inicial com a empresa estatal Eletricidade de Moçambique (EDM).
"Estamos bastante encorajados e entusiasmados com as cifras, as ligações diárias subiram para 500 e já ligamos 115.300 famílias", no total, afirmou.
O acesso universal à energia elétrica, prosseguiu, será alcançado através da combinação das várias opções tecnológicas de produção energética, nomeadamente a hídrica e as renováveis.
Dados da EDM a que a Lusa teve hoje acesso indicam que a vandalização e roubo de energia elétrica representa 30% das perdas da empresa e custam uma média anual de 100 milhões de dólares (84,3 milhões de euros) à companhia elétrica nacional.
Apesar de o chefe de Estado se ter referido ao roubo de cabos elétricos nas zonas rurais, para o fabrico de armadilhas tradicionais, há um outro fenómeno, mais frequente, que têm a ver com o roubo de fios para a extração de cobre usado para vários fins, nomeadamente nas zonas urbanas.
A rede elétrica de Macate que o chefe de Estado moçambicano inaugurou hoje integra 11 quilómetros de linha de média tensão e 4,2 quilómetros de rede de baixa tensão, estando igualmente prevista a instalação de iluminação pública.
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