De acordo com o mais recente relatório de tráfego da Enapor, empresa pública responsável pela gestão dos nove portos do arquipélago, o registo de setembro compara ainda com o recorde de 168.753 passageiros em agosto (-33,9%), mas continua a recuperar das fortes quebras desde abril de 2020, quando as viagens interilhas de passageiros foram condicionadas pelas medidas para conter a pandemia de covid-19.

A CV Interilhas, liderada (51%) pela portuguesa Transinsular, do grupo ETE, detém a concessão do serviço público de transporte marítimo de passageiros e carga, durante 20 anos, sendo atualmente a única empresa a operar neste setor no arquipélago e que admitiu que a pandemia representou uma quebra de 30% na atividade em 2020.

Do total de setembro, 34,1% representou o movimento no Porto Grande e 28,3% no Porto Novo, respetivamente nas ilhas vizinhas de São Vicente e Santo Antão. O Porto da Praia, capital do país, registou uma quota de 11,7% do total, com um movimento que caiu para 13.115 passageiros, indica o relatório da Enapor, a que a Lusa teve hoje acesso.

Ainda em setembro, os portos de Cabo Verde movimentaram 638 escalas de navios, menos 0,8% face a agosto e 26,6% acima do registado em setembro de 2020.

Já o movimento de mercadorias aumentou 32,2% face a agosto, para 227.935 toneladas, e 33,3% comparando com setembro de 2020.

Os portos de Cabo Verde movimentaram em 2020 um total de 757.011 passageiros, uma quebra de quase 30% face ao ano anterior, explicada com os efeitos da pandemia de covid-19, que obrigou à suspensão das ligações interilhas.

De acordo com o relatório de tráfego anual elaborado pela Enapor, no espaço de um ano foram transportados menos 314.249 passageiros (-29,3%).

As ligações marítimas de passageiros foram totalmente suspensas pelo Governo de Cabo Verde entre final de março e meados de maio de 2020, com o estado de emergência, para conter a transmissão da covid-19.

Desde 03 de setembro de 2020 que os navios que garantem essas ligações interilhas podiam usar até 75% da lotação nas viagens superiores a três horas e meia, contra os 50% estipulados desde a retoma do serviço em maio, devido à pandemia de covid-19, conforme previsto numa resolução do Conselho de Ministros.

Essas restrições foram levantadas em agosto, por decisão do Governo cabo-verdiano, face ao avançado processo de vacinação contra a covid-19, obrigando os passageiros à apresentação de teste negativo ou certificado de vacinação.

PVJ // VM

Lusa/Fim