"Na área da indústria e comércio, temos a destacar a criação de uma linha de crédito de 35 milhões de meticais para beneficiar 500 PME", decorrendo a identificação de "agências de microcrédito locais para operacionalizar o processo", disse o diretor do Serviço Provincial de Economia e Finanças, Sidónio Passo.

O objetivo primordial é a "recuperação da atividade económica e financeira da província".

Segundo a mesma fonte, as estratégias de curto prazo visam a reabertura de negócios após os ataques, passando também por uma aposta no setor agrário, uma atividade que garante subsistência, assim como potencial comercial.

"Para tal, a curto prazo, prevê-se a distribuição de 378 toneladas de sementes de cereais diversos, 1.100 toneladas de leguminosas, 17 toneladas de gergelim", assim como de mandioca e batata-doce, especificou.

O apoio inclui também a distribuição de ferramentas agrícolas e fertilizantes.

Aos pescadores afetados pela insurgência, serão entregues barcos a motor a partir de dezembro para possibilitar a retoma da atividade pesqueira.

A lista inclui 19 barcos a motor, beneficiando a ilha do Ibo, Quissanga, distritos de Macomia, Pemba e Metuge.

As iniciativas anunciadas pelo diretor do Serviço Provincial de Economia e Finanças têm como parceiros a organização não-governamental (ONG) Save the Children, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o Programa Alimentar Mundial (PAM) e o Fundo para o Desenvolvimento Sustentável. 

O conflito armado entre forças militares e insurgentes em Cabo Delgado já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

A luta contra os insurgentes ganhou um novo impulso em agosto após a reconquista de Mocímboa da Praia, vila onde os rebeldes protagonizaram o seu primeiro ataque em outubro de 2017.

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