
As declarações de Li foram feitas durante uma reunião com delegados regionais, no âmbito do 20º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), que se realiza esta semana, em Pequim, e que deve reforçar o estatuto do atual secretário-geral da organização, Xi Jinping.
O primeiro-ministro assegurou que a aplicação de políticas que promovam o crescimento vai manter a economia a funcionar.
Durante a cimeira, Li, que vai deixar o cargo em março próximo, apelou a uma "melhoria e expansão adequada" da economia chinesa, reafirmando o seu compromisso com o processo de "reforma e abertura", a fórmula que permitiu que a China registasse altas taxas de crescimento económico nas últimas décadas.
Li enfatizou a importância de realizar reformas no sistema para "desenvolver uma economia de mercado socialista" e "criar condições para garantir uma concorrência justa no mercado", destacando a necessidade de "promover uma abertura de alto nível".
A avaliação positiva do primeiro-ministro sobre a economia chinesa surge no mesmo dia em que o Gabinete Nacional de Estatísticas da China adiou a publicação dos dados do Produto Interno Bruto relativos ao terceiro trimestre, sem qualquer explicação.
A Administração Geral das Alfândegas já tinha faltado ao compromisso de publicar os dados relativos ao comércio externo de setembro, na passada sexta-feira.
Nesta segunda-feira, o vice-diretor da Comissão Nacional para a Reforma e Desenvolvimento - o órgão máximo de planeamento económico do país -, Zhao Chenxin, também referiu uma "notável tendência de recuperação" da economia, durante o terceiro trimestre, embora não tenha fornecido números.
Pequim estabeleceu, em março passado, uma meta de crescimento de 5,5% para este ano - a menor das últimas décadas, mas, segundo analistas, muito ambiciosa face ao contexto atual.
No segundo trimestre do ano, a Ómicron, uma variante da covid-19 considerada altamente contagiosa, obrigou as autoridades chinesas a impor medidas de confinamento extremas, para salvaguardar a estratégia de 'zero casos', assumida como um triunfo político por Xi Jinping.
Períodos de isolamento impostos em Xangai, a "capital" financeira do país, e em importantes cidades industriais como Changchun e Guangzhou, tiveram forte impacto nos setores serviços, manufatureiro e logístico.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial previram que a economia chinesa cresça 3,2% e 2,8%, este ano, respetivamente.
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