
Segundo os resultados, elaborados de acordo com o Novo Sistema de Contas Nacionais, em 2015 o PIB nominal de Cabo Verde foi de 173.911 milhões de escudos cabo-verdianos (1,5 mil milhões de euros), um aumento de 9,6% em relação ao anterior sistema de cálculo, que tinha como base o ano de 2007.
Com os novos dados apresentados pelo INE, na cidade da Praia, em 2015 o setor terciário foi o que mais contribuiu para o PIB, com 67,2%, seguido do setor secundário com 14,6%, do setor primário com 6,4% e dos impostos com 11,8%.
Esta é a terceira vez que Cabo Verde revê o método para a elaboração das contas nacionais, depois de 1993 e 2007, sendo que na última alteração o PIB aumentou 14%, conforme avançou o diretor das Contas Nacionais do INE, João Cardoso.
Segundo o mesmo responsável, o atual sistema de cálculo pretende "captar" as mudanças na economia cabo-verdiana, que têm a ver com a massificação do uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC), o aumento dos ativos intangível, como a propriedade intelectual e os serviços, a globalização e inovações financeiras.
"Essa revisão tornou-se necessária em consequência das grandes alterações que se verificaram na sociedade e na economia ao longo dos últimos anos", justificou o INE, em comunicado.
A alteração também é uma recomendação das Nações Unidas, que têm vindo a fazer esforços no sentido de promover a harmonização metodológica nos vários domínios, nomeadamente na elaboração das contas nacionais, permitindo maior comparabilidade entre os países.
O INE justificou ainda a escola de 2015 como ano base, pelo facto de existirem fontes de informações importantes que têm esse mesmo ano como referência, como o recenseamento geral da agricultura, inquérito das despesas e receitas das famílias ou o inquérito ao setor informal.
Com os novos dados, João Cardoso disse que ficou confirmado que a economia cabo-verdiana tem por base o setor terciário, ou seja, os serviços, tendo também sido registada "uma pequena quebra" na agricultura e na indústria.
O presidente do INE, Osvaldo Borges, sublinhou a importância do novo sistema para o cálculo das contas nacionais em Cabo Verde, lembrando que os anteriores métodos tinham uma implementação faseada, tendo em conta a disponibilidade de informação, mas também de recursos (humanos, materiais e financeiros).
Mas desde agosto de 2017 que aquele instituto vem trabalhando na mudança para o novo ano de base (2015), tendo introduzido, a partir de 2019, um aplicativo informático (ERETES), criado em França e utilizado por muitos países africanos.
Após a divulgação das contas de bens e serviços de 2015 e 2016, o INE prometeu continuar outros trabalhos ligados ao novo ano base, bem como a retropolação da série do PIB 2007-2014 e a finalização e divulgação das contas definitivas de 2017 e 2018 ainda no decorrer deste ano.
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