
O lucro da Petrobras no segundo trimestre permitiu à maior empresa do Brasil reverter, com ampla vantagem, as perdas de 2,7 milhões de reais (441 milhões de euros) registadas no mesmo período de 2020, de acordo com o balanço financeiro enviado ao mercado na noite de quarta-feira.
O bom resultado permitiu à empresa acumular no primeiro semestre um lucro de 44 mil milhões de reais (7,1 mil milhões de euros), com o que compensou parte das perdas de 51,2 mil milhões de reais (cerca de 8,3 mil milhões de euros) sofridas nos seis primeiros meses do ano passado, quando foi impactado pela crise económica gerada pela pandemia.
A petrolífera atribuiu o bom resultado trimestral e semestral à alta do preço do petróleo, às vendas de combustíveis no mercado interno provocadas pela recuperação pós-cobiça e ao impacto que a desvalorização do dólar frente ao real teve sobre a dívida bruta da empresa.
Enquanto o preço médio do barril de petróleo subiu 63% no primeiro semestre de 2021 em relação aos primeiros seis meses de 2020, o dólar sofreu uma desvalorização de 9,3% frente ao real no mesmo período, o que favoreceu a empresa, que define preços domésticos de combustível de acordo com os preços internacionais.
Entre os principais resultados do trimestre, a Petrobras destacou que seu Ebitda (resultado operacional) foi de 61,9 mil milhões de reais (cerca de 10,1 milhões de euros) no segundo trimestre, um aumento de 147,9% face ao mesmo período do ano passado.
Além do aumento do preço do petróleo e da desvalorização do dólar, os resultados deste ano também foram significativamente influenciados pelas vendas de combustíveis no Brasil, que aumentaram 9,6%, passando de 1,56 milhão de barris por dia no primeiro semestre de 2020 para 1,71 milhões de barris por dia nos primeiros seis meses de 2021.
Apesar dos bons resultados, a produção média de petróleo e gás da Petrobras no primeiro semestre foi de 2,78 milhões de barris por dia, uma queda de 2,6% face ao mesmo período de 2020 (2,86 milhões de barris por dia).
A empresa atribuiu a menor produção de hidrocarbonetos às medidas preventivas que ainda mantém diante da pandemia, que incluem a redução do pessoal embarcado nas plataformas offshore.
A Petrobras é controlada pelo Estado brasileiro, mas tem ações negociadas nas bolsas de valores de São Paulo, Nova York e Madrid.
CYR // PJA
Lusa/Fim